- Os recursos vêm de family offices dos Estados Unidos, Europa e América Latina;
- Até hoje, a MAYA já investiu em 24 startups.
A MAYA Capital, fundo que investe em empresas de base tecnológica em estágio inicial na América Latina, acaba de realizar nova captação de US$ 15 milhões, oriundos de family offices (administradoras de patrimônios familiares) nos Estados Unidos, Europa e América Latina, especialmente Brasil e México. A nova captação complementa o primeiro fundo da MAYA de quase US$26 milhões (formado em 2018), totalizando US$ 41 milhões.
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Os novos recursos serão usados para apoiar soluções e oportunidades que surgiram como consequência da pandemia de COVID-19. Ao LABS, as co-fundadoras da MAYA Capital, Lara Lemann e Mônica Saggioro, disseram que, assim como o ocorreu com a crise de 2008, que ajudou a impulsionar empresas como Uber e Airbnb, a pandemia do novo coronavirus também “ajudou a tornar mais evidentes alguns problemas e, consequentemente, o potencial de suas soluções.”
“A forma de nos locomover, trabalhar, alimentar, interagir com outras pessoas mudou e muitas novas necessidades – e, consequentemente, oportunidades de negócios – surgiram a partir disso”, disseram as duas em entrevista conjunta.
O prazo para a aplicação dos novos recursos dependerá dos planos das startups apoiadas. “Isso dependerá muito dos times e soluções com os quais teremos contato. Mas estamos felizes em continuar bem capitalizadas para investir na região ao longo dos próximos anos porque estamos vendo muitas oportunidades boas”, afirmaram.
Até hoje, a MAYA participou de mais de 30 rodadas de investimentos, para 25 startups de setores variados, como saúde, imobiliário, finanças, mobilidade e logística. Dentre as startups investidas, há a foodtech chilena NotCo, a construtech Oico, a fintech Belvo e a health tech Nilo. Com os novos recursos, o fundo pretende aumentar seu portfólio para até 35 startups.
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Buscamos empresas que se proponham a entender e resolver problemas relevantes e reais, e esperamos com isso gerar efeitos positivos na economia, no desenvolvimento e na qualidade de vida dos latino-americanos.
LARA LEMANN E MÔNICA SAGGIORO, co-fundadoras da MAYA Capital.
Fazem parte do time de advisers da MAYA os empreendedores André Street, do unicórnio Stone, Victor Lazarte, da unicórnio Wildlife, Rafaela Villela, da Gera Ventures, e Marcos Leta, da Fazenda Futuro.
MAYA Capital já nasceu com foco na América Latina
A MAYA Capital foi criada em 2018, mas a história do fundo começou dois anos antes, quando as fundadoras Mônica Saggioro e Lara Lemann se conheceram. Elas buscavam formas de aplicar seus conhecimentos e experiências de forma a impulsionar o processo transformacional da América Latina, favorecendo a economia e desenvolvimento da região.
A ideia saiu do papel quando, após uma análise, as duas constataram que enquanto havia 12 startups para cada fundo de venture capital nos Estados Unidos, esse número chegava a 80 empresas para cada fundo na América Latina.
“Consideramos isso um grande diferencial, pois isso significa que desde o 1º dia do fundo levamos em consideração todos os desafios e particularidades da região em nossas decisões”, disseram as duas ao LABS.
Segundo elas, o foco em América Latina também se explica pela necessidade de se internacionalizar um negócio para que ele escale de verdade. “Para que isso ocorra, precisamos conhecer profundamente os diferentes mercados da região para ajudá-los quando esse momento chegar”.
“Muitos problemas nos diferentes países da América Latina, como a saúde, ocorrem por fatores muito similares. Os sistemas e suas quebras que ocasionam os problemas mencionados são os mesmos, e por isso, uma solução brasileira também pode ser aplicável no Chile ou na Argentina,” disseram as fundadoras da MAYA, ressaltando que também entendem as particularidades de cada país dentro da região.