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Google ajusta concessões para acalmar UE sobre compra da Fitbit, dizem fontes

Gigante revisou pelo menos três pontos para acelerar aprovação do negócio após a UE ter recebido um feedback negativo de rivais e consumidores

Foto: Reuters/Arnd Wiegmann
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  • O mecanismo de busca mais popular do mundo ofereceu, no mês passado, restringir o uso de dados do Fitbit para anúncios do Google;
  • Facilitar os fabricantes rivais de wearables que buscam se conectar à plataforma Android;
  • E permitir o acesso contínuo de terceiros aos dados dos usuários do Fitbit com seu consentimento.

O Google, da Alphabet, fez concessões com o objetivo de acalmar as preocupações antitruste da União Europeia sobre a aquisição da Fitbit por US$ 2,1 bilhões, afirmaram pessoas a par do assunto à Reuters.

O mecanismo de busca mais popular do mundo ofereceu no mês passado restringir o uso de dados do Fitbit para anúncios do Google, facilitar os fabricantes rivais de wearables que buscam se conectar à plataforma Android e permitir o acesso contínuo de terceiros aos dados dos usuários do Fitbit com seu consentimento.

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O Google revisou o pacote depois que a Comissão Europeia recebeu feedback de rivais e consumidores, disseram as fontes, recusando-se a fornecer detalhes. A mudança também pode ajudar a evitar um possível despacho da UE estabelecendo preocupações específicas.

O órgão responsável pela concorrência da UE não procurou, até a data, obter mais feedback do mercado, indicando que as alterações provavelmente foram aprovadas pela comissão.

O órgão responsável pela concorrência da UE, que nesta sexta-feira prorrogou o prazo para sua decisão de 23 de dezembro para 8 de janeiro, em acordo com o Google, não quis comentar o assunto.

Já o Google reiterou sua declaração anterior, dizendo que o negócio era sobre dispositivos e não dados.

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“O espaço dos ‘wearables’ está cheio e acreditamos que a combinação dos esforços de hardware do Google e do Fitbit aumentará a concorrência no setor, beneficiando os consumidores e tornando a próxima geração de dispositivos melhores e mais acessíveis”, disse o Google.

As concessões até agora, no entanto, não conseguiram apaziguar rivais e clientes.

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Um grupo de 19 entidades, que inclui organizações de consumidores e defensores da privacidade na UE, nos Estados Unidos e no Brasil, está entre os mais recentes críticos, da operação e divulgou uma carta conjunta na quinta-feira para exigir duras concessões do Google.

A Fitbit, que já foi líder no mercado de ‘wearables’, tinha uma participação de 3% do mercado global de dispositivos para serem usados no primeiro trimestre de 2020, muito atrás da Apple, que tem 29,3% de participação, assim como Xiaomi, Samsung e Huawei, mostraram dados da empresa de pesquisa de mercado International Data Corp.