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Gringo levanta US$ 34 milhões para monetizar base de 5 milhões de donos de carro e moto

App nasceu em 2020 para agregar documentos e consulta de débitos do veículo, mas vem agregando novos serviços, como seguros e crédito

Juliano Dutra, Caique Carvalho e Rodrigo Colmonero, cofundadores do app de serviços automotivos Gringo. Foto: Divulgação.
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A startup Gringo, que tem um app voltado para donos de veículos e motocicletas, anunciou nesta quinta-feira (17) um aporte Série B de US$ 34 milhões (cerca de R$ 174 milhões) para acelerar a sua expansão regional e também suas estratégicas de monetização. A rodada foi liderada pelo fundo de venture capital VEF e contou com o co-investimento da Píton Capital – ambos com experiência e investimentos anterior relacionados ao setor automotivo. Também participam da rodada Kaszek, GFC e ONEVC, investidores anteriores da startup.

Ao contrário de outras autotechs – segmento que tem atraído várias rodadas de investimento na América Latina –, o app Gringo é voltado para o usuário final e pode ter acertado em cheio quando o assunto é recorrência. “Entendemos que o número de investimentos tem uma série de fatores envolvidos. E o principal é o tamanho do mercado. Mesmo que exista um movimento da geração mais jovem em não procurar ter uma habilitação, ainda são mais de 75 milhões de motoristas apenas no Brasil (número que alcança 180 milhões na América Latina). Além disso, o setor ainda não sofreu uma forte digitalização, o que abre espaço para soluções como o Gringo, que busca não apenas focar na natureza transacional do segmento, mas em cuidar de toda a jornada do motorista, sendo o seu melhor amigo por meio de uma plataforma relacional. Vamos ajudar o motorista no que ele precisar nessa jornada toda e vamos digitalizar um mercado analógico”, disse Rodrigo Colmonero, CEO da startup e cofundador ao lado de Juliano Dutra e Caique Carvalho, ao LABS.

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Lançado em 2020, o app começou como um agregador de documentos e consulta de débitos do veículo, trazendo informações de bancos, despachantes e Detrans para dentro da plataforma, e permitindo o pagamento de IPVA e multas. Ao longo de 2021, começou a incluir novos serviços, como seguros e crédito, atraindo mais usuários e também vendo sua receita crescer 25 vezes se comparada a 2020.

É nessas duas últimas verticais que a startup aposta para escalar neste ano. A empresa não abre faturamento, mas diz já ter mais de 5 milhões de usuários. Ao Brazil Journal, o fundador informou que a receita hoje vem de uma pequena taxa que o Gringo cobra quando o usuário paga multas via app. Com novos serviços, novas fontes de receita também virão.

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A startup começou em São Paulo e, nos últimos meses, vem expandindo para outros estados do Sul e Sudeste (regiões que concentram 70% dos motoristas do país). A rodada ajudará não só na expansão de serviços e parceiros do app, mas nos primeiros passos da startup rumo à internacionalização. O app deve ser testado em um ou mais mercado da América Latina ainda em 2022. Colmonero não quis revelar ao LABS quais países estão na mira da startup, mas se o foco é volume, o caminho natural seria México.