- A empresa disse que seu financiamento da Série A em meio à pandemia é o maior da história da América Latina para uma startup de tecnologia de saúde;
- Os membros do conselho da Sami incluem Alan Warren, ex-CTO da Oscar Health, e Paulo Veras, CEO e cofundador da 99, unicórnio brasileiro.
A health tech Sami recebeu um aporte de R$ 86 milhões, co-liderado pela Valor Capital Group e pela monashees e se soma aos investimentos da Redpoint eventures e Canary. De acordo com a empresa, essa é a maior rodada Série A já registrada em uma startup de saúde na América Latina.
A empresa disse que a nova rodada a transformará em uma operadora de plano de saúde no Brasil.
LEIA TAMBÉM: Health tech Alice propõe que o plano de saúde vá além do cuidado imediato
Fundada em 2018, a Sami traz soluções para os principais problemas do sistema de saúde brasileiro, como alto custo, ineficiência e baixa qualidade no atendimento médico. Com essa proposta, vem atraindo a atenção do mercado nacional e internacional: até agora, já são mais de R$ 90 milhões em investimentos recebidos.
Sami tem três sócios bem conhecidos: Paulo Veras, ex-CEO e fundador da 99; Sérgio Ricardo dos Santos, ex-CEO da Amil, e Alan Warren, ex-vice-presidente do Google e ex-CTO da Oscar Health, uma operadora de seguro saúde digital que recebeu investimento do Google e que recentemente anunciou um IPO para 2021.
O anúncio também marca a transformação da startup em uma operadora de planos de saúde, passando a atender empresas de pequeno porte e profissionais liberais em São Paulo. Com a regularização do uso da telemedicina no Brasil, os fundadores Vitor Asseituno e Guilherme Berardo entenderam que este é o momento certo para ajudar a tornar a saúde mais digital.
A empresa lembra que o Brasil é o segundo maior mercado privado de saúde do mundo (atrás apenas dos Estados Unidos), mas enfrenta custos crescentes: em 2018, a média de reajuste dos contratos de planos coletivos foi de 13,32%. Entre 2013 e 2018, a inflação dos planos empresariais chegou a 158,35%. Esse é o cenário que a startup quer resolver.
“A Sami quer melhorar o atendimento ao paciente e também beneficiar todo o sistema, que precisa com urgência de uma transformação. Hoje encontramos um mercado de contratação difícil e burocrática que oferece planos caros e sem qualidade, valorizando mais a quantidade de procedimentos do que a orientação e o cuidado coordenado de saúde. As pessoas pagam caro e na hora que precisam não conseguem usar”, explica Dr. Vitor Asseituno, médico fundador e presidente da startup.
Na Sami somos norteados por valores como inteligência na saúde, confiança na relação e respeito ao tempo e dinheiro dos envolvidos. Isso nos leva a um serviço que preza pelo histórico médico coordenado com outros profissionais, uma medicina preventiva com um time de saúde disponível 24 horas por dia pelo aplicativo e muito respeito e transparência em todo o processo.
Dr. Vitor Asseituno, médico fundador e presidente da sami
Para Michael Nicklas, sócio da Valor Capital Group, o setor necessita de uma atuação inovadora. “É por meio de tecnologia que o mercado de saúde vai se empoderar e Sami está aplicando isso, com transformação digital, trazendo transparência e aumentando a interação dos usuários. Com isso, há ganhos de eficiência para as empresas e para o ecossistema como um todo”, afirma.
Segundo Caio Bolognesi, sócio da monashees, a virada de operação será uma grande transformação no setor. “Estamos muito felizes com a parceria com a Sami. Enxergamos no time empreendedores motivados a lançar muito mais do que um novo plano de saúde – eles estão repensando todos os incentivos ao longo da cadeia de saúde para promover um cuidado melhor aos seus clientes, com um custo muito mais atrativo para as empresas. Uma equação em que todos saem ganhando”, aponta.
Para Rodrigo Baer, Partner da Redpoint eventures, é preciso repensar completamente o setor. “Com os incentivos desalinhados e a falta de gestão, o custo dos planos de saúde tem crescido de maneira insustentável, ou seja, cada vez menos pessoas conseguem pagar. A Sami se propõe a redesenhar o sistema de saúde, alavancando a disponibilidade de dados e o acompanhamento do paciente, para garantir atendimento de qualidade e custos controlados”.
Como o plano de saúde funcionará?
A startup disse que com a nova rodada de capital, a Sami será pioneira na gestão de toda a cadeia de valor da saúde, da contratação à alta hospitalar, passando por consultas, exames e procedimentos. A plataforma vai oferecer atenção primária ao usuário e direcionamento médico 24 horas por dia.
Em entrevista à Bloomberg, Guilherme Berardo afirmou: “Estamos planejando atacar os monstros do mercado, empresas com faturamento de até 20 bilhões de reais ($3,56 bilhões)”. Ele prometeu preços até 30% menores do que os da concorrência, dependendo do “apetite de queimar caixa de nossos investidores”.
Ao LABS, a Sami disse que o preço será em torno de R$ 200 a R$ 400.
A partir do dia 20 de outubro, quem morar em São Paulo e possuir CNPJ poderá se inscrever em uma lista de espera. A startup disse que os primeiros clientes terão 1 ano grátis de Gympass, o unicórnio de benefício corporativo de bem-estar. O produto deverá ser disponibilizado em novembro para quem se inscreveu na lista.
A startup fez parcerias com reconhecidos prestadores de saúde e oferecerá a eles remuneração com base na qualidade e não no volume de atendimento. O primeiro hospital parceiro da Sami será a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde a empresa também tem uma clínica para atendimento primário.
(Atualizada às 13h57)