A plataforma de investimentos do Banco Inter, o Inter Invest, atingiu a marca de 2 milhões de investidores e R$ 58,1 bilhões em ativos sob custódia. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a base de clientes cresceu 34%. Na visão do banco, o cenário macroeconômico desafiador, aliado à questão sazonal, manteve a adição de clientes do braço de investimentos estável no primeiro trimestre, mas a expectativa é de que a unidade volte a crescer ao longo do ano.
Felipe Bottino, diretor do Inter Invest, explicou que a plataforma não faz marketing externo e, portanto, tem como foco a conversão de clientes do próprio Inter, sendo que atualmente a fatia de “clientes investidores”, como ele chama, é de 12%, percentual que a companhia pretende manter. No Inter como um todo, a base de clientes saltou de 16,3 milhões para 18,6 milhões no primeiro trimestre.
Segundo Bottino, há correlação do crescimento do Inter com o Inter Invest, mas que é natural a operação de investimentos sentir os efeitos de um momento macroeconômico mais difícil, com alta de inflação e juros e atividade econômica sem ímpeto.
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“Naturalmente, esse cliente vai ser convertido (do Inter para o Inter Invest). Vimos um aceleração grande no crescimento de usuários do Inter e agora nossa missão é converter. Tem um lagg (defasagem), de fato, mas estamos muito confiantes que com nossa proposta de valor completa essa conversão será cada vez melhor.” Além disso, afirma ele, os primeiros trimestres do ano costumam ser mais complexos.
O executivo afirma que o Inter Invest está empenhado agora em trabalhar “a experiência do cliente”, já que considera consolidada a expansão da oferta de produtos realizada durante o último ano.
O Inter Invest foi responsável, segundo dados do final de 2021, por 7,9% da receita de serviços do Inter em 2021, que além de operar como banco e oferecer serviços de investimentos, atua em seguros e outros produtos financeiros.
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A unit do Inter acumula queda de 54,3% no ano. A desvalorização dos papéis foi mais intensa após o Inter divulgar prévia operacional do primeiro trimestre. Os resultados consolidados do grupo devem sair em 16 de maio.
“Como a gente é uma empresa de dono, ultracapitalizada, isso nos permite ter essa volatilidade (de mercado)”, disse ele. “Muita gente tem que dar resposta pro mercado a cada trimestre e às vezes acaba não fazendo a coisa certa”, acrescentou.
O grupo controlador do Inter são membros da família Menin, especialmente o fundador Rubens Menin, empresário que também fundou a construtora MRV, de onde o Inter surgiu inicialmente para atuar como uma sociedade de crédito.