A participação de estrangeiros nos aportes em startups do Brasil cresceu neste ano, na comparação com igual período de 2021, segundo levantamento da plataforma de inovação Distrito em parceria com o Bexs Banco. Segundo o estudo, investidores não residentes participaram de 39% das 238 rodadas de aportes em startups brasileiras de janeiro a abril, ante 33% no mesmo período do ano passado.
Estados Unidos, Alemanha e Japão são os países com mais gestoras investindo em startups do país. Juntos, investidores desses países assinaram mais de 700 deals nos últimos dez anos. Os estrangeiros entram principalmente em operações maiores: enquanto cerca de 24% das rodadas de até US$ 1 milhão na última década contaram com a presença desses investidores, os rounds acima de US$ 50 milhões tiveram 90% de participação de gestoras internacionais. Quando se olha para o estágio de entrada de investidores internacionais, tem-se que 94% de todo o capital estrangeiro aportado em 2021 foi injetado em rodadas Série A em diante.

O levantamento mostra ainda que os rounds mistos, junto com fundos nacionais, também cresceram, com uma alta de 142% no ano passado. Ao menos dois terços do capital investido nos últimos cinco anos veio do exterior. “Nos últimos 5 anos, tivemos um grande crescimento de novas gestoras e volume de funding disponível para empresas de alto crescimento, mas ainda há poucos fundos brasileiros com condições de avançar para o growth stage. A chegada de fundos estrangeiros veio suprir a necessidade de capital de empresas mais maduras”, disse Gustavo Gierun, CEO do Distrito.
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Só o SoftBank participou de rodadas que somaram 28% dos US$ 9,4 bilhões captados. No ano passado, o fundo japonês liderou cinco rodadas que criaram unicórnios – MadeiraMadeira, Unico, Mercado Bitcoin, Merama e frete.com. Os setores mais buscados por fundos estrangeiros são fintechs (26% das rodadas), retailtechs (12%) e healthtechs (10%), afirma o levantamento.
A presença de empresas estrangeiras no Brasil também tem crescido nas fusões e aquisições de startups. Em 2021, 10% dos M&As tiveram como adquirentes empresas estrangeiras. Neste ano, a tendência tem se mantido, com cerca de 13% de participação de companhias internacionais nas transações.