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Kijani finaliza captação para seu primeiro fundo com foco em empresas médias do agronegócio

O Fiagro, que será distribuído pela XP Investimentos, levantou R$ 240 milhões, principalmente de investidores pessoa física. Além de terras e títulos, a gestora aposta em participações nas empresas

Bruno Santana, CEO da Kijani, gestora de investimentos com foco no agronegócio. Foto: Divulgação.

Fechando 2021 perto de responder por um terço do PIB brasileiro, segundo estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP (Cepea), o agronegócio é o setor que mais movimenta a economia do país, mas sua representatividade no mercado financeiro, tanto em número de empresas listadas quanto em volume de investimentos, não reflete esse peso. Foi dessa premissa que surgiu a Kijani, gestora com foco no agro que começou a operar em abril de 2021.

Nesta semana, a Kijani anunciou a captação de R$ 240 milhões por meio do seu primeiro fundo, o Fiagro Asatala, distribuído pela XP Investimentos. A grande maioria dos investidores do novo fundo é pessoa física (23,83 milhões das 24 milhões de cotas subscritas do fundo ficaram nas mãos de investidores individuais). 

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A procura pelo fundo, segundo Bruno Santana, cofundador e CEO da Kijani, foi de 1,8 vez o montante previsto inicialmente (ou seja, pela sede dos investidores, poderia ter chegado a R$ 360 milhões). Com isso, o Fiagro Asatala já se posiciona como um dos maiores Fiagros do Brasil e pioneiro em alocar uma sobredemanda de volume.

Com passagem por empresas como ABN Amro, Banco Votorantim e Aqua Capital, entre outros, Santana enxerga uma sinergia entre a potência do agro, a capitalização das empresas do setor e o aumento do interesse dos investidores pessoa física.

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Basicamente, o que o fundo faz é olhar para empresas médias – e aí estão empresas faturam milhões, se não alguns bilhões já, todos os meses – de toda a cadeia e segmentos do agro, oferecendo capital para além do que os bancos ou entidades tradicionais fazem. Ou seja, com prazos mais longos que o equivalente a uma safra. Na prática, isso quer dizer que a atuação da Kijani vai além de terras e títulos do setor, como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), mas também olha para a aquisição de participações nessas empresas.

“A gente já imaginava que é o agro é um setor que atrairia mais investidores pessoa física, porque todo mundo tem alguma ligação com o agro. O fato de sermos uma gestora de gente oriunda do setor também traz mais confiança para o investidor comum”, diz Santana.

São empresas de todas as regiões do país, que produzem alimentos e também insumos . “Nosso porfólio alvo não tem repetição ou concentração de setor.”