Negócios

Loggi demite mais de 100 funcionários em meio a reestruturação

Maioria das demissões ocorreu nos setores de vendas e marketing

Entregador da Loggi
Decisão judicial penaliza Loggi e define que entregadores devem ter emprego formal. Foto: Loggi
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A startup brasileira de logística Loggi demitiu cerca de 120 pessoas na semana passada como parte de um processo de reestruturação. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a maioria das demissões ocorreu nas áreas de vendas e marketing, e a metade delas foi feita em escritórios regionais da empresa.

Fundada em 2013 pelo francês Fabien Mendez, a Loggi é uma das startups brasileiras cujo valor de mercado ultrapassa US$ 1 bilhão. A empresa atua na entrega de alimentos, encomendas e documentos, e foi reconhecida como um unicórnio em junho de 2019, quando recebeu US$ 150 milhões do grupo japonês SoftBank.

Por meio de nota enviada ao LABS, a empresa salienta que segue com o compromisso de investimento “alinhados ao seu plano de expansão e desenvolvimento de produtos”. A Loggi acrescenta ainda que continuará a contratar funcionários, “principalmente na área de tecnologia, inclusive em seu novo escritório, em Portugal.”

“A Loggi segue com seu objetivo de conectar o Brasil e para isso prioriza o equilíbrio financeiro e as boas práticas para um crescimento saudável.  A reestruturação da empresa foi necessária para seguir com eficiência e foco nas suas áreas de atuação”, diz o comunicado.

Dores de cabeça do SoftBank

A Loggi é mais um caso de startup que recebeu investimentos do SoftBank ou do fundo de tecnologia Vision Fund e anunciou reestruturações ou enfrentou turbulências. O caso mais famoso é a tentativa fracassada da WeWork de abrir o capital e o declínio dos preços das ações da Uber, o que causou preocupação entre os investidores do SoftBank.

O SoftBank gastou cerca de US$ 10 bilhões resgatando o WeWork no ano passado e o preço das ações da Uber perdeu cerca de 8% de seu valor desde sua estréia pública em maio – apesar da recuperação nas últimas semanas. O Vision Fund, criado em 2017 para aplicar capital em startups de tecnologia, relatou perda operacional de US $ 2 bilhões.

A lista também inclui a startup colombiana Rappi, que cortou 6% de seus funcionários em todo o mundo no início de janeiro, e a indiana Oyo, especializada em hospedagens, que cortou 3 mil empregos na Índia e na China nos últimos três meses.

Problemas legais

A Loggi também foi multada recentemente em BRL 30 milhões (US$ 7 milhões) após uma decisão judicial que estabeleceu que os entregadores devem ser encarados como funcionários da companhia. A empresa recorreu da decisão.