- As vendas no conceito mesmas lojas avançaram 11%, apoiadas pelo relaxamento de restrições à circulação no período;
- Desde abril, a Magalu comprou 10 empresas, maioria startups de e-commerce.
O Magazine Luiza viu seu lucro crescer 40% no quarto trimestre, uma vez que o grupo varejista seguiu se beneficiando do salto do comércio eletrônico, segmento no qual ampliou a prateleira de produtos, apostando na mudança de hábito dos consumidores na esteira da pandemia da Covid-19.
A companhia anunciou nesta segunda-feira que seu lucro líquido ajustado de outubro a dezembro somou R$ 232,1 milhões, alta de 39,8% sobre um ano antes, também apoiado na diluição das despesas operacionais e financeiras.
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O Magalu, como é conhecido, viu suas vendas totais cresceram 66% no período, a R$ 14,9 bilhões, impulsionadas pelo salto de 121% do e-commerce, que representou 63,8% do total. As vendas no conceito mesmas lojas avançaram 11%, apoiadas pelo relaxamento de restrições à circulação no período.
As despesas operacionais cresceram 47,4%, para R$ 1,986 bilhão, mas caíram 1,2% como proporção da receita.
Fortemente impactada no início da pandemia no Brasil há cerca de um ano, quando teve que fechar suas mais de mil lojas físicas, a companhia valeu-se de seu processo de digitalização já em andamento para acelerar o movimento, o que lhe permitiu não apenas de recuperar, mas ganhar mercado do varejo físico.
Desde abril, comprou 10 empresas, na maioria startups de comércio eletrônico, incluindo desde supermercado a cursos profissionalizantes. Além disso, incluiu 32 mil lojistas ao seu marketplace em 12 meses. Com os resultados dessa virada, as ações da companhia subiram 110% em 2020.
Segundo o Magazine Luiza, a alta das vendas e a diluição de despesas operacionais deram impulso ao resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, que atingiu R$ 523,8 milhões, avanço de 5,6%. O número veio em linha com a previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv, de 523,3 milhões.
Porém, os investimentos em nível de serviço impactaram a margem Ebitda ajustada que caiu de 7,8% para 5,2%.
Segundo o presidente-executivo do Magazine Luiza, Frederico Trajano, esse investimento é parte da campanha para fidelizar clientes e se destacar num ambiente cada vez mais competitivo, com grandes players do comércio eletrônico fazendo movimentos crescentes, como em logística, para reduzir prazos de entrega.
“Queremos manter a consistência do nosso nível de execução, que tem nos feito crescer acima da média do mercado nos últimos quatro anos”, disse Trajano à Reuters.
Segundo a empresa, os números preliminares de 2021 indicam que as vendas digitais seguem em ascensão, mesmo com o fim do auxílio emergencial do governo, que ajudou a dar impulso às vendas do varejo na segunda metade do ano passado.
“Iniciamos o ano em ritmo acelerado, com o e-commerce crescendo triplo dígito baixo nos dois primeiros meses de 2021”, afirmou o Magazine Luiza no relatório.
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Isso deve compensar os efeitos de uma nova onda de Covid-19 no país, que restaurou medidas mais restritivas para circulação e levou ao fechamento de 820 lojas físicas do grupo, com a expectativa de novos fechamentos nas próximas semanas.