O mercado de e-commerce da América Latina continua atraindo startups de todo mundo em meio a um forte movimento de digitalização de pequenos e médios negócios, que passaram a precisar de soluções tecnológicas para criar lojas virtuais, gerenciar pedidos, processar pagamentos, fazer entregas e por aí vai.
Seguindo essa tendência, a Zubale, startup de logística voltada para o varejo, acabou de captar uma Série A de US$ 40 milhões (cerca de R$ 188 milhões) para financiar sua expansão para o Brasil e o Chile, além de fortalecer sua presença no México, Colômbia, Peru e Costa Rica. O aporte foi liderado pela QED Investors e contou com nomes como GFC, Felicis Ventures, Hans Tung (GGV Capital) e investidores existentes, incluindo NFX, Kevin Efrusy (Accel), Wollef e Maya Capital.
Fundada em 2018 na Harvard Business School por Allison Campbell e Sebastian Monroy, a Zubale ataca um dos maiores problemas do e-commerce, a entrega dos produtos para o cliente, a famosa “entrega de última milha”. A startup criou uma espécie de marketplace de colaboradores independentes por meio do qual empresas dos mais variados setores – de loja virtual a dark store – podem acionar profissionais para coletar, embalar e fazer a entrega dos produtos.
Por meio de software proprietário, a Zubale estrutura toda a logística de entrega dos varejistas; em um app, o entregador sabe exatamente onde estão os produtos na loja e a melhor rota para a entrega. Por exemplo, por meio da Zubale um supermercado, restaurante ou loja pode conectar com colaboradores para coletar e/ou entregar os pedidos de e-commerce;, tudo em menos de 60 minutos, garante a startup. Ou, ainda, as empresas clientes podem conectar com freelancers para a realização de diferentes tarefas, como armazém e estoque, venda de comissões e outras.
Monroy explica que a startup quer ajudar os varejistas a “ganhar dos agregadores B2C”, como iFood e Rappi. “Os varejistas estão sob uma grande pressão dos consumidores para melhorar a experiência de compra em seus canais digitais, oferecendo a mesma velocidade e qualidade de entrega encontrada em aplicativos como Rappi, iFood ou Cornershop. No entanto, garantir esses níveis de serviço e velocidade de entrega exige um esforço tecnológico gigante e investimento de capital intenso, para os quais os varejistas não estão preparados”, diz.
Com o boom do e-commerce durante a pandemia, a Zubale afirma ter crescido 25% mês a mês nos últimos dois anos e ter dobrado a receita no segundo semestre de 2021. A startup projeta triplicar a receita nesse ano.
Os recursos da Série A vão ser investidos nas áreas de produto, ciência de dados, tecnologia e design, que hoje contam com mais de 150 engenheiros. “Usaremos esse dinheiro para investir com sobra em IA e melhorar nossos algoritmos para aumentar a velocidade de entrega e o NPS para nossos clientes B2B”, disse Monroy.
Além disso, a Zubale também pretende incluir em seu portfólio produtos e serviços financeiros para os freelancers do seu “marketplace de força de trabalho”, por meio de soluções embedded finance.