Negócios

Microsoft anuncia parceria com governo para capacitar trabalhadores

A Microsoft pretende qualificar até 5,5 milhões de brasileiros em ao menos três anos

Carlos da Costa, secretário especial de produtividade, emprego e competitividade do Ministério da Economia. Foto: Captura de Tela/Microsoft Teams
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  • A iniciativa faz parte de um programa da Microsoft chamado “Mais Brasil”, que busca contribuir com o crescimento econômico do país;
  • Ministério da Economia almeja que parceria eleve profissionais brasileiros ao nível dos países da OCDE.

Em uma videoconferência na terça-feira (20), a Microsoft anunciou uma parceria com o Ministério da Economia do Brasil para conectar trabalhadores com oportunidades de emprego. Isso será feito por meio de um treinamento digital gratuito para até 5,5 milhões de pessoas. Além disso, a meta é auxiliar na empregabilidade de até 25 milhões de trabalhadores, por meio de uma atualização do Sistema Nacional de Emprego (Sine), baseada em inteligência artificial.

Segundo a Microsoft, a iniciativa faz parte de um programa chamado “Mais Brasil”, que tem como objetivo contribuir com o crescimento econômico do país. A plataforma, implementada em parceria com a ONG Softex, oferecerá mais de 20 cursos de tecnologia em diferentes níveis. Chamada de “Escola do Trabalhador 4.0”, a plataforma de ensino remoto inclui cursos da Microsoft por meio da ferramenta Microsoft Community Training

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A Microsoft também doou créditos de nuvem para auxiliar na melhoria do Sine, cuja atualização foi liderada pela BizApp. A ideia é usar inteligência artificial para conectar pessoas e suas habilidades a oportunidades de emprego no Sine e sugerir cursos de qualificação.

O Ministério da Economia disse ao LABS que espera que o serviço esteja disponível em até 4 meses, mas não deu mais detalhes sobre como a capacitação poderá ser acessada pelos trabalhadores na prática.

“Essa parceria visa olhar para o indivíduo, avaliar competências e conhecimento, conectá-lo com vagas existentes, propor cursos que venham a complementar caso eles não tenham competências suficientes para pleitear as vagas existentes”, explicou Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil.

Cosentino ressaltou que a melhor qualificação implica em um crescimento de renda. “Temos diferentes programas, esse é para uma qualificação da grande massa de trabalhadores do nosso país e ela vai desde uma alfabetização digital a treinamentos mais especializados”, disse. 

Segundo a empresa, a plataforma estará disponível para brasileiros de todo o país: 58 instrutores da Microsoft vão oferecer orientação personalizada para até 315 mil pessoas. Carlos da Costa, secretário especial de produtividade, emprego e competitividade do Ministério da Economia disse que o que será feito com esses cursos é parte do que o governo Brasileiro fará a partir do SINE. O Ministério da Economia, contudo, disse que não tornará essas capacitações obrigatórias para solicitação de seguro-desemprego.

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“À medida em que o trabalhador vai fazendo mais cursos e mais programas de qualificação, ele se prepara melhor para os desafios do mercado de trabalho. O Brasil muito mais produtivo depende de trabalhadores muito mais qualificados. Agora começamos uma nova fase para que o trabalhador brasileiro esteja pelo menos tão bem qualificado quanto à mediana dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)”, afirmou. 

Costa disse que a escolha pela Microsoft se deu porque a empresa estava disposta a contribuir sem que o governo tivesse custos financeiros. “A situação fiscal do governo brasileiro não está fácil. Vamos passar por essa, mas estamos em um momento em que estamos sem recurso”, disse. Além disso, a Microsoft garantiu que a plataforma não exigiria investimentos no futuro. “Muitas empresas ofereceram soluções, mas eram só temporárias, e com certeza iriam exigir no futuro mais investimento”, complementou. 

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Por último, o governo buscava um provedor que tivesse uma tecnologia que é usada pelos profissionais em volume suficiente, além da disponibilidade de customizar a ferramenta para a realidade brasileira. “O Brasil é muito específico. A nossa necessidade de qualificação começa de um nível baixo”. Cosentino acrescentou que o Brasil forma 30 mil profissionais a menos do que o mercado necessita por ano. O que pode colocar o país para trás em rankings de  competitividade global.