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Moss.earth, startup focada em soluções ambientais em blockchain, capta US$ 10 milhões

Climatech brasileira que tem entre seus clientes gigantes como iFood, Hering e Gol, aposta na digitalização de ativos ambientais para crescer

Moss.earth, startup focada em soluções ambientais em blockchain, capta US$ 10 milhões
Rio Ituxi, no estado do Amazonas. Foto: Moss.earth/Divulgação
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A Moss.earth, uma climatech brasileira que desenvolve soluções ambientais em blockchain para ajudar empresas a compensar carbono, recebeu um aporte Série A de US$ 10 milhões. A rodada foi liderada pela SP Ventures e Acre Ventures Partners, e contou ainda com a participação da Jive Investments, Flori Ventures (Celo) e The Craftory

Fundada em 2020, a Moss.earth é especializada na digitalização de ativos ambientais por meio do uso de blockchain. “Desenvolvemos muitos produtos e serviços significativos da Web 3.0, como a emissão e distribuição de NFTs terrestres da Amazônia e certificação digital de trabalho ambiental, para destravar valor para o planeta e para nossa luta contra as mudanças climáticas. Por meio do nosso time de experts de blockchain, queremos fazer a contabilidade ambiental e a geração de ativos mais barata, rápida e conveniente“, explicou Luis Felipe Adaime, fundador e CEO da Moss. 

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O carro-chefe do portfólio da Moss é o MCO2, um token que equivale a uma tonelada de gás carbônico que deixa de ser emitida na atmosfera. O MCO2 é listado nas principais bolsas de criptomoedas do mundo, como Mercado Bitcoin no Brasil, e Coinbase globalmente, entre outras, e usado por empresas e instituições globais para compensar suas pegadas de carbono corporativas e de clientes.  

Por meio de um modelo de intermediação e curadoria de projetos de conservação da floresta feita pela Moss, empresas e pessoas físicas adquiriram mais de US$ 26 milhões em créditos de carbono nos últimos 18 meses para a conservação da região. Segundo a Moss, a vinculação do crédito de carbono ao blockchain garante o rastreamento digital dos projetos e a integridade sobre o processo de compensação das emissões. 

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A startup atende mais de 200 clientes como Cia. Hering, GOL Linhas Aéreas, AMARO, Bionexo, iFood, Arezzo, além de gestoras de investimento dos Estados Unidos, como SkyBridge e One River Asset Management. 

Francisco Jardim, CEO da SP Ventures, gestora de venture capital especializada em investimentos voltados para o agro, disse que as mudanças climáticas são hoje a ameaça mais premente para a economia agrícola da América Latina e que a solução da Moss é essencial para uma agricultura mais sustentável. “Não vimos nenhuma organização no planeta com o potencial da Moss para criar os incentivos econômicos necessários para acelerar a transição para uma agricultura descarbonizada e conservar as florestas da região”.

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A Série A vai financiar o roadmap de novas soluções da Moss.earth, como o NFT da Amazônia, bem como o pipeline de M&As da climatech, que fez sua primeira aquisição no ano passado, a startup especializada em blockchain Onepercent.

“A demanda corporativa e da sociedade para compensação de emissões explodiu neste ano à medida que as mudanças climáticas se tornam cada vez mais claras em nossas rotinas. Estamos confiantes de que o nosso DNA em blockchain e tecnologia nos dá uma vantagem competitiva para que possamos gerar no setor ambiental global o mesmo impacto que, por exemplo, o Uber teve no setor de transporte ou o Airbnb no setor de hospedagem”, disse Adaime.