A disputa entre plataformas como iFood, Rappi e Uber Eats é uma briga de cachorro grande. Qualquer concorrente que deseje ser relevante nesse campo precisa de um bocado de coragem e um bom plano. A startup Quero Delivery acredita que é possível competir — e até superar — essas plataformas com uma abordagem diferente.
Apostando em atender cidades no interior do país, em regiões menos assistidas pelas gigantes da entrega e mantendo um relacionamento próximo com os comerciantes, a Quero Delivery vem conquistando território. Em 2021, a companhia superou a marca de 1 milhão de usuários cadastrados e tem cerca de 15 mil parceiros oferecendo produtos em sua plataforma.
“O principal diferencial que a gente recebe nos feedbacks de parceiros é o relacionamento. As plataformas grandes não conseguem chegar com as mesmas condições. Elas propõe que os estabelecimentos diminuam suas margens, que já não são grandes. Então, a visão dos estabelecimentos é que aquelas plataformas não são amigas e que a Quero Delivery é”, conta o cofundador e CEO da Quero Delivery, Miguel Neto.
“Quando um estabelecimento recebe uma ligação [com código] 011, ele pensa que é cobrança”, brinca o executivo que fundou a plataforma ao lado de Danilo Souza, em 2018. Para facilitar o relacionamento, a companhia não só emprega colaboradores nos locais onde atua, mas também propõe promoções e estratégias de marketing e vendas para seus parceiros.
Durante a pandemia, o aplicativo ganhou popularidade na região nordeste do País e fechou o ano de 2020 com uma média de mais de 1,2 milhão de entregas por mês, crescendo 400% em receita e faturando R$ 13 milhões. Neste ano, a expectativa é alcançar os R$ 20 milhões em faturamento.
Atualmente, a plataforma de entregas está presente em 180 cidades, de 14 Estados dos país — os municípios escolhidos como alvo da plataforma têm entre 30 mil e 200 mil habitantes. O objetivo é impactar cerca de 20 mil empreendimentos (pequenos negócios).
Além do delivery
A plataforma vai além das entregas de alimentos e conta com mais de 20 categorias de produtos disponíveis, dentre eles: farmácias, roupas, cosméticos e produtos para animais de estimação.
Além da expansão de tipos de entrega, a startup também quer ajudar no desenvolvimento de pequenos empreendedores e resolver dificuldades como a falta de capital para fluxo de caixa e até mesmo gestão e divulgação dos negócios. Recentemente, a empresa fechou uma parceria com o banco BTG Pactual para atacar a questão de crédito.
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Por meio da parceria, a Quero Delivery intermedia empréstimos para pequenos negócios — já foram disponibilizados mais de R$ 2 milhões em recursos financeiros nesse formato.
“O nosso diferencial competitivo é, justamente, olhar e oferecer serviços, sobretudo, para negócios em fase inicial. Por meio da nossa plataforma contribuir para o crescimento desses estabelecimentos comerciais que, muitas vezes, ainda são mal assistidos e orientados por plataformas de delivery”, argumenta Neto.
