- A Goomer passou a ser mais conhecida em 2020 quando a pandemia forçou os restaurantes e bares a migrarem para o digital;
- Na briga com gigantes do delivery no Brasil como o iFood, a Uber Eats e a Rappi, a Goomer apostou na gratuidade do serviço para atrair os restaurantes.
A startup brasileira Goomer recebeu uma rodada Série A de R$15 milhões liderada pelo fundo Bridge One, empresa de venture capital que investe em B2B e administra mais de R$ 200 milhões, com participação da gestora DOMO Invest, que já era investidora da empresa, além do Aimorés Investimento.
Fundada em 2014 como um software de cardápio digital para tablets e totens de autoatendimento, a Goomer passou a ser mais conhecida em 2020 quando a pandemia forçou os restaurantes e bares a migrarem para o digital.
Com os restaurantes fechando, a própria Goomer também se viu obrigada a correr para criar um novo modelo de negócio. E o fez em sete dias. No início da pandemia, a startup desenvolveu uma plataforma gratuita para que os restaurantes criassem cardápios digitais e recebessem pedidos sem ter de pagar comissões, o GoomerGo.
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Na briga com gigantes do delivery no Brasil como o iFood, a Uber Eats e a Rappi, a Goomer apostou na gratuidade do serviço para atrair os restaurantes que queriam fugir das taxas por pedido dos aplicativos, que podem variar de 15% a 35%, dependendo da necessidade de usar cupons ou logística terceirizada.
Foi o pulo do gato: de forma orgânica, mais de 110 mil restaurantes e bares que queriam disponibilizar um cardápio online aderiram ao GoomerGo nos últimos 12 meses em 2.700 cidades brasileiras.
O link do pedido para delivery é integrado com o WhatsApp e o Instagram. Mas, diferentemente dos grandes aplicativos, no GoomerGo o restaurante precisa contar com sua equipe de entregadores.
Somente em 2020, a Goomer estima ter movimentado cerca de R$ 380 milhões em entregas e tirado R$ 38 milhões das mãos dos concorrentes, valor que seria pago pelos restaurantes como taxas de comissão. Com o aporte, a empresa tem a expectativa de aumentar o seu faturamento em 300%, atingindo R$ 20 milhões com 230 mil estabelecimentos clientes até o final do ano. Com base nessa meta, a empresa fatura hoje aproximadamente R$ 6,7 milhões.
“Temos uma base bastante relevante, que continua crescendo exponencialmente. Agora vamos construir mais produtos e serviços para ampliar nossa proposta de valor e, como consequência, a receita nesta base já instalada”, disse o fundador e CEO da Goomer, Felipe Maia Lo Sardo, em comunicado à imprensa.
Para monetizar a base, a Goomer agora criou planos a partir de R$ 30 mensais para os restaurantes que desejam funcionalidades extras como a possibilidade de pagamento online, inserção de taxa dinâmica de entrega e sistema para gestão dos pedidos.
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Além do GoomerGo, a plataforma tem o Goomer Na Loja, sistema que permite ao cliente captar o QR code e acessar o cardápio digital no estabelecimento. Com a abertura dos restaurantes em 2021, a Goomer volta a apostar nos atendimentos presenciais.
Segundo o CEO, o novo aporte será utilizado na evolução da plataforma omnichannel da foodtech, principalmente no setor de vendas e atendimento. “Também lançamos um totem de autoatendimento de baixo custo, o Goomer Fast, que tem como propósito atender a demanda de pequenos e médios estabelecimentos. Com ele, é possível dar maior agilidade e praticidade à operação do salão, além de geralmente trazer aumento no ticket médio dos restaurantes”, explica.
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Parte do recurso será para contratação de 60 novos funcionários, fechando o ano com um time de 135 pessoas. A startup contratou recentemente Crezos Rodrigues, novo head de Vendas & Canais, que esteve por nove anos em cargos de liderança no Peixe Urbano, e Fabrício Nunes, head de Marketing & Comunicação, com últimas passagens pela Loft e Carrefour, além de mais de dez anos de carreira em grandes agências de publicidade.