Operadores da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA) tiveram R$ 4 bilhões de faturamento em 2020, ante R$ 15.1 bilhões em 2019, os dados foram divulgados no Anuário 2021 da associação.
Em termos de turismo mundial, a perda foi de 99% da estimativa para 2020, segundo Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa. “Era para ser R$ 1.7 trilhões e tivemos R$ 1.1 bilhão de receita de turismo internacional”, disse.
A pandemia da COVID-19 impactou mundialmente o turismo, e reduziu em 74% as chegadas de turistas internacionais pelo mundo. Somente na América, a queda foi de 69%, segundo o anuário.
Já as viagens internacionais de brasileiros despencaram, com um faturamento de R$ 900 milhões, uma redução de 85% em relação a 2019. Foram ao todo 143 mil passageiros embarcados para destinos internacionais, uma queda de 91% em relação ao ano passado.
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Nedelciu ressalta que a taxa cambial teve um aumento de 30,69% em um ano, o que deixou as viagens internacionais mais caras para os brasileiros. Já a chegada de estrangeiros no Brasil caiu 75%, para 1,5 milhão de passageiros.
No Brasil, a demanda de voos foi reduzida em mais de 90% entre abril e maio e a hotelaria teve uma queda de mais de 80% entre abril e junho, com demissões de 2,7 milhões de pessoas no setor de turismo entre agosto e setembro.
Os números da queda do turismo brasileiro
Em 2019, as aéreas faturaram R$ 9 bilhões com embarques de voos domésticos e R$ 6,10 bilhões para voos internacionais. Neste ano, o faturamento foi de R$ 3,09 bilhões para embarques domésticos e R$ 900 milhões para embarques internacionais.
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O ticket médio nacional em 2019 foi de R$ 1.520,77, e internacional R$ 3.520,28. Já em 2020 foi nacional foi de R$ 978,87 e internacional R$ 6.330,36. Segundo Nedelciu, no ano passado, as compras foram para viagens menores, dentro do Brasil, e em sua maioria, terrestres. O meio de pagamento mais usado para essas viagens em 2020 foram por meio de cartões ou boleto (97%). “As viagens que tinham ticket médio menor normalmente foram pagas com cota mínima de parcelas no cartão ou financiamento por operadoras de turismo que usaram boletos.”
As viagens domésticas tiveram uma redução de 65,61% no faturamento em relação a 2019 e os principais destinos foram Salvador, Maceió, Natal, Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o presidente da associação, o turismo brasileiro “saiu na frente de outros países que dependem quase exclusivamente de turistas internacionais”.
A situação do turismo vai melhorar?
Neldeciu acredita que para que as operadoras de turismo voltem ao faturamento de 2019 irá demorar de 1,5 a 2 anos. “É difícil fazer previsões, achamos que a pandemia duraria três meses. A situação começou a melhorar em setembro, outubro, novembro, quando alguns operadores venderam até mais do que no ano anterior, e novembro o país foi atingido por uma segunda onda, com quedas do turismo em dezembro, janeiro, fevereiro e março. O turismo é uma cadeia. Dependemos das demandas de voos, da ocupação de hotéis. Essa segunda onda nos pegou, estamos contato com medidas de auxílio do governo.”