- As linhas de crédito variam de R$ 5.000 a R$ 3 milhões, com carência de até 6 meses para amortização e taxas de juros de 0,84% ao mês;
- México e Brasil são os principais mercados da empresa na América Latina;
- Cerca de 450 hotéis operam sob a bandeira da Oyo no Brasil. Destes, pouco mais da metade estão abertos, com retomada da ocupação, a uma taxa média de 20%.
O unicórnio indiano Oyo fechou parceria com a fintech brasileira Creditas para facilitar a obtenção de crédito de hotéis independentes em meio à forte crise econômica que o setor vem passando, em função da falta de demanda por conta da Covid-19.
Por meio da Creditas, os hoteleiros da rede Oyo conseguem captar recursos para manter o fluxo de caixa, capital de giro e demais despesas com linhas de crédito de R $ 5 mil a R $ 3 milhões, com carência de até 6 meses para amortização e juros a partir de 0,84 % ao mês, além da possibilidade de quitar a dívida em até 20 anos.

Como o LABS mostrou, a divisão brasileira da Oyo tem se esforçado para enfrentar o cenário desafiador e se preparar para uma realidade que pode não voltar a ser a de antes da pandemia, pelo menos até a chegada de uma vacina contra o coronavírus.
Eduardo Zucareli, vice-presidente de operações brasileiras da Oyo, disse ao LABS que, do ponto de vista da empresa, a realidade mudou e a indústria hoteleira, independentemente da vacina, estará muito mais ligada à confiança que os hóspedes depositam nas propriedades e marcas.
No questão de procedimentos, no que tange a uma certificação de limpeza e garantia de que os hotéis são seguros, uma penetração nos canais de venda, uma qualidade na precificação do hotel, por conta desses fatores a nossa rede acaba sendo uma excelente oportunidade, por isso esperamos que a base continue crescendo.
Eduardo Zucareli, vice-presidente de operações brasileiras da Oyo
“A gente vê que o cenário da pandemia é um momento difícil para o setor de hotelaria como um todo, e talvez o que a gente tem visto de mais desafiador seja o acesso dos hoteleiros a crédito. Por essa razão procuramos o banco Creditas e conseguimos fechar essa parceria que considero até sob medida para os nossos hoteleiros porque conseguimos valores de taxa reduzidos”, afirma.
Todo o processo de empréstimo pode ser feito online e o hoteleiro pode fazer uma simulação. Ele também destacou a carência de até seis meses para o hoteleiro. “A gente desenhou duas formas de empréstimos sempre voltadas à quitação de dívida, fluxo de caixa, algum tipo de reforma, podendo usar como garantia um carro ou o imóvel dele”, explica Zucareli.
Como será o futuro das redes hoteleiras no Brasil?
Embora a empresa tenha entrado em um período de contingência, dispensando parte significativa de seu quadro de funcionários nos últimos meses, a Oyo se sente otimista em relação ao Brasil. “Acredito também em um aspecto de sazonalidade, então a gente vê uma mudança até porque em um primeiro momento tivemos muita gente em isolamento social. As escolas mudaram seus calendários, tivemos eventos cancelados, postergados, tudo isso mexe com a cadeia de uma forma geral. Tudo isso junto acaba mudando o comportamento. A gente acredita sim na retomada, estamos bem confiantes com o Brasil”, afirma.
Há pouco mais de um ano que chegou ao país, a Oyo acaba de chegar ao seu milionésimo hóspede. Globalmente, mesmo em meio à pandemia, mais de 3.600 novos hoteleiros se juntaram à rede Oyo nos últimos meses. A empresa, que trabalha com hotéis independentes e facilita a busca por hospedagem na plataforma digital, afirma que, como a startup empresta sua marca e padroniza ambientes, 88% dos hotéis que são independentes no Brasil podem se beneficiar dela, pois precisam de suporte, assim, acabam tendo grande potencial para se tornarem parceiros da Oyo.
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Os ganhos da Oyo vêm de uma taxa cobrada de hotéis e, no início da pandemia, essa taxa foi reduzida em 50%. Agora, ele voltou à taxa normal. “Quando a gente identificou a crise, tomamos uma série de medidas, interrompemos viagens internacionais, criamos ações e dentre elas alteramos algumas políticas, cancelamento de nossas taxas no período mais agudo da crise tentando entender o tamanho do impacto no Brasil. Agora já operamos no nosso patamar normal”, contou.
México e Brasil são os principais mercados da empresa na América Latina. Cerca de 450 hotéis operam sob a rede Oyo no Brasil, e a empresa diz que pouco mais da metade de seus hotéis estão operando hoje, em fase de retomada da ocupação, com uma média de 20%.
A parceria com a Creditas está aberta a todos os parceiros Oyo, independentemente de terem retomado as suas operações ou não. “Há cidades que têm restrições legais para a operação, outras que podem operar somente parcialmente, e outras que podem operar normalmente. São vários cenários”, diz o executivo.