O montante transacionado via compras remotas com cartão e outros métodos não presenciais, como carteiras digitais, cresceu 30,8% em 2021, para R$ 569,7 bilhões – 41,7% desse volume veio de operação com cartões de crédito, o queridinho dos brasileiros nesse tipo de transação e, de longe, ainda o método mais usado no comércio eletrônico no país e na América Latina. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10) pela Abecs, que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento.
Atualmente, os pagamentos não presenciais representam 35% de todos os gastos realizados com o cartão de crédito.
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Os pagamentos por aproximação também cresceram, e muito: 384,6%, gerando um volume transacional de R$ 198,9 bilhões. Hoje, no Brasil, uma em cada quatro transações com cartão de crédito é por aproximação. A expectativa da entidade é de que metade das transações com cartão de crédito seja por aproximação até o fim de 2022. Estima-se que perto de 90% das maquininhas em operação hoje no país já tenham tecnologia NFC, necessária para esse tipo de transação.
Tudo isso não significa o fim das maquininhas
Apesar dos anúncios recentes de soluções de gigantes como a Visa e a Apple para transformar smartpthones em terminais de pagamentos, o fim das maquininhas ainda está longe. Segundo Pedro Coutinho, presidente da Abecs até março, quando deixará o cargo de CEO da Getnet e, consequentemente a diretoria da entidade, a grande maioria das transações por aproximação, por exemplo, são feitas aproximando o plástico do terminal.
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“Eu imagino algo em torno de 10 anos para que as maquininhas comecem, realmente, a ser aposentadas. É só lembrar da época em que elas foram introduzidas, no lugar do velho mata-borrão, e da desconfiança em torno de algo que dependia de energia elétrica. Depois vieram as maquininhas wireless, que dependiam das operadoras de telecom. E agora temos quase todas as maquininhas com tecnologia de aproximação. A verdade é que smartphone não nasceu para ser maquininha, e essas maquininhas ainda cumprem papeis que os smartphones não conseguem. Elas conversam com sistemas de emissão cupom fiscal e CRM, por exemplo”, avalia Erika Daguani, diretora de Produto B2B do EBANX (fintech que é dona do LABS).