Negócios

PicPay atinge R$500 milhões em crédito

Um dos próximos produtos que o PicPay deve levar ao mercado nos próximos meses é o empréstimos entre pessoas

Sede do PicPay, em São Paulo.
Sede do PicPay, em São Paulo. Foto: Divulgação/PicPay
Read in english
  • O movimento mostra como o PicPay está se movimentando para tentar manter a recorrência a e rentabilização de sua base de usuários;
  • Segundo a companhia, de seus 55,4 milhões de usuários cadastrados, 27,3 milhões são considerados ativos.

PicPay atingiu R$ 500 milhões em crédito por meio de sua plataforma em três meses de operação, com a maior carteira digital do país ampliando a prateleira de produtos financeiros para rentabilizar seu negócio de 55 milhões de clientes.

As operações, por enquanto, envolvem transações de crédito pessoal do Banco Original, explicou o chefe do PicPay Card e Crédito, Frederico Trevisan, mas devem incluir outros bancos e fintechs nos próximos meses. Tanto o Banco Original como o PicPay são controlados pela J&F, também dona da JBS.

LEIA TAMBÉM: PicPay compra 100% do Guiabolso em aposta no open banking

O movimento mostra como o PicPay está se movimentando para tentar manter a recorrência a e rentabilização de sua base de usuários, que deu um salto desde o ano passado, impulsionado pelo isolamento social para conter a pandemia de COVID-19, que catalisou a demanda por soluções digitais de pagamentos.

Segundo a companhia, de seus 55,4 milhões de usuários cadastrados, 27,3 milhões são considerados ativos, ou seja, usaram o aplicativo ao menos uma vez nos últimos três meses. Destes, 15,3 milhões deles são tidos como transacionais, fizeram operações que podem render receitas para o PicPay.

O movimento também acontece pouco mais de um mês após o PicPay ter comprado o portal de finanças pessoais Guiabolso, semanas após ter suspendido seu plano de listagem na Nasdaq.

Além de dar acesso a uma ampla base de clientes, muitos deles com sua primeira conta bancária, o PicPay quer atrair bancos tradicionais e fintechs de crédito com oferta de serviços como recursos extras de inteligência artificial para medir riscos de crédito e uma central de cobrança.

“O nosso modelo funciona de um jeito que participa do sucesso de quem oferta crédito”, disse Trevisan à Reuters, explicando que o PicPay recebe um fee na originação das operações e parcelas adicionais à medida que as prestações são pagas.

LEIA TAMBÉM: 200 milhões de contas no horizonte e um desafio gigante: como fazer toda essa massa realmente usar os bancos digitais

Fundado em Vitória (ES) em 2012 como carteira digital, o PicPay ganhou força após ser comprado pela J&F, passando a atuar como marketplace financeiro, loja digital e portal de anúncios.

No ano passado, começou a intermediar a venda de produtos financeiros com cartões de crédito, também do Banco Original. Atualmente, a base de cartões é de 10 milhões de clientes.

Um dos próximos produtos que o PicPay deve levar ao mercado nos próximos meses é o empréstimos entre pessoas da mesma família e amigos, modelo que já opera como projeto piloto há duas semanas em Vitória, por meio de outro braço do grupo J&F, a financeira Credinovo.

O PicPay planejava uma oferta inicial de ações (IPO) na Nasdaq neste ano, prevendo atingir valor de mercado ao redor de US$ 20 bilhões, segundo relatos da mídia. Como percebeu que investidores ofertavam uma avaliação muito inferior, os controladores desistiram do negócio. Em seguida, a J&F anunciou um plano de investir R$ 3 bilhões no PicPay até 2023.