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Paixão nacional? PIX é o segundo método favorito de pagamento no Brasil

Rapidez e praticidade para transferências seja, praticamente, tão utilizado quanto dinheiro no país

Marca do PIX na tela de um smartphone.
Foto: Shutterstock
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  • Pagamento digital lançado pelo Banco Central em 2020 já é quase tão utilizado quanto dinheiro no Brasil;
  • Adesão do PIX para pagamentos de pedidos feitos pela internet ainda é relativamente baixa.

Mandar e receber um PIX já se tornou um hábito entre os brasileiros. O sistema de pagamento instantâneo PIX já é o segundo favorito no País, de acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae. Quando perguntados sobre as modalidades de pagamento mais utilizadas, os brasileiros responderam dinheiro (71%), PIX (70%), cartão de débito (66%) e cartão de crédito (57%).

De acordo com o levantamento, a preferência pelo PIX — quase um empate com o dinheiro em preferência — acontece por conta das facilidades da tecnologia, lançada pelo Banco Central em outubro de 2020. Segundo os usuários ouvidos pela pesquisa os principais diferenciais do serviço são: praticidade e rapidez (83%), dispensar a necessidade de contato com pessoas ou máquinas (34%) e segurança (32%).

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“Os números oficiais sobre o PIX, divulgados pelo Banco Central do Brasil, mostram uma adesão muito rápida a esse meio de pagamento. Segundo a autoridade monetária, o número de usuários que já fizeram ao menos uma transação por PIX está próximo de 80 milhões – vale lembrar que essa novidade ainda não completou nem um ano de operação”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

Mudança de comportamento

De acordo com o levantamento, nas compras em lojas físicas o cartão de débito (32%), cartão de crédito (30%), e dinheiro (25%) ainda são os meios mais utilizados. Já o cartão de crédito é o preferido nos pagamentos de compra online (52%). O dinheiro é o meio mais utilizado para pagamentos de contas de consumo (32%). A pesquisa mostra ainda que lojas físicas recebem a maior parte do pagamento à vista (66%) e as lojas online a prazo (53%).

“Percebemos uma mudança no comportamento do consumidor que está cada vez mais adaptado às inovações de pagamentos online. Mas também vemos que nas negociações nas lojas físicas o consumidor ainda prefere o uso dos cartões e também do dinheiro”, aponta Costa.

A transferência instantânea e gratuita também vem sendo incorporada por varejistas como opção aos boletos e outros métodos de pagamento. Por ora, o PIX ainda não é o método favorito dos lojistas, mas o sistema de pagamento vem se tornando uma vantagem competitiva no mercado. O principal uso da tecnologia, segundo levantamento da CNDL é a transferência de saldo para amigos e parentes: 88% citaram essa finalidade contra 40% dos entrevistados que usam o sistema para pagamento de serviços e apenas 26% para compras na internet.

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O cenário de pandemia também joga a favor dos meios de pagamento digitais, com 45% dos entrevistados apontando que passaram a fazer mais pagamentos de forma online (incluindo transferências e PIX), 23% passaram a utilizar mais o cartão de crédito, 21% passaram a utilizar o cartão de débito e 5% passaram a utilizar mais dinheiro.

Preocupações com segurança

A adoção rápida do PIX também trouxe algumas dores de cabeça. Após onda de golpes, o Banco Central divulgou uma série de novas regras para aumentar segurança do serviço.

Dentre as mudanças, que também se aplicam para outros meios de pagamento (cartões pré-pagos, débito e TEDs). há o estabelecimento de um limite de R$ 1 mil para operações entre pessoas físicas no período das 20h às 6h. Nesse mesmo período, entre noite e madrugada, instituições financeiras não poderão acolher TEDs de diferentes titularidades entre pessoas físicas e MEIs, com exceção de ordens de transferência agendadas.