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PIX fará transferência bancária crescer no e-commerce brasileiro, diz estudo da FIS

Isso quer dizer que, por causa do novo sistema de pagamentos instantâneos, o Brasil vai na contramão da tendência global que aponta uma participação menor das transferências nas compras online

200 milhões de contas no horizonte e um desafio gigante: como fazer toda essa massa realmente usar os bancos digitais
Imagem: Shutterstock
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O uso do PIX no comércio eletrônico deve quase dobrar até 2025, colocando o Brasil na contramão da tendência internacional de queda de transferências bancárias para pagamentos de compras online, segundo o Global Payments Report, estudo da empresa americana de serviços de tecnologia financeira Fidelity National Information Services (FIS), que adquiriu o controle do grupo britânico de pagamentos WorldPay em 2019.

Segundo o levantamento, no Brasil, as transferências bancárias responderam por 10,9% dos pagamentos feitos no comércio eletrônico em 2021 e essa fatia deve subir para quase 18% em 2025.

Em termos globais, as transferências bancárias responderam por 7,4% do valor das transações no comércio eletrônico em 2021 – número próximo daquele indicado pelo estudo Beyond Borders 2021/2022, publicado anualmente pelo EBANX, fintech que é dona do LABS, que, em novembro do ano passado, indicava que o PIX terminaria o ano representando cerca 6% dos pagamentos das compras online do país.

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Como era de se esperar, os cartões de crédito seguiram na liderança como meio de pagamento no comércio eletrônico em 2021, respondendo por 44,7% do total, seguido por carteiras digitais (16%) e cartões de débito (14%).

De maneira geral, no entanto, a FIS diz que a expectativa é de que a fatia das transferências diminua para 6,2% até 2025, inclusive em países vizinhos ao Brasil, como Peru (de 8,8% para 3,8%) e Colômbia (16,5% para menos de 10%).

Criado no fim de 2020, o sistema instantâneo de pagamentos PIX já atingiu mais de 113 milhões de usuários e tende a ganhar ainda mais adeptos, uma vez que o mecanismo passa a ser cada vez mais usado não apenas para transferências entre pessoas, mas também para comprar bens e serviços. Segundo a Beyond Borders 2021/2022, a estimativa é de que o volume de compras online pagas com PIX cresça a uma taxa de 95% até 2024, com o PIX podendo abocanhar pelo menos 9% do volume total de e-commerce brasileiro. 

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A América Latina como um todo cresceu 22% anualmente desde 2017, diz o relatório, e deve continuar crescendo 19% em termos anuais até 2025, aitingindo um volume de US$ 79 bilhões, nível muito superior ao crescimento de 55,3% esperado para o e-commerce global no período, a US$ 8 trilhões.

O mercado argentino, aponta a FIS, foi quem registrou o maior crescimento anual (71%) em 2021 e pode crescer 26% ao ano até 2025. Seja qual for a projeção, garante a FIS, os dois dígitos serão algo comum na região. A companhia prevê o Brasil crescerá 18% anualmente e o México 17% até 2025.