Depois de um 2021 de recordes no Brasil, tanto em termos de investimentos quanto em número de novos unicórnios, as apostas sobre o desempenho do ecossistema de startups em 2022 já começaram: na nova edição do estudo “Corrida dos Unicórnios”, a plataforma de inovação aberta Distrito coloca 14 empresas no páreo e prevê que outras sete possam conquistar o título em 2023.
Se considerar que o primeiro unicórnio de 2022 – o banco digital Neon, que atingiu valuation de US$ 1,4 bilhão após captar uma rodada de US$ 300 milhões liderada pelo BBVA – estava no relatório, as apostas parecem quentes.
Para chegar nessa lista, o Distrito considerou dados e métricas de crescimento, valores recebidos nas últimas rodadas – startups que receberam mais de US$ 100 milhões em alguma rodada, uma vez que esse valor começa a se aproximar de US$ 600 milhões, o que indica que ela pode atingir o patamar de Unicórnio já em uma próxima captação –, e perspectivas de novos aportes.
Candidatas a unicórnio 2022:
Para ficar de olho em 2023:
O Distrito indicou ainda três startups que podem estar “correndo por fora” nessa disputa: a isaac, a Hash e a idwall. Segundo o Distrito, as três não entraram na lista de apostas oficial porque não foram indicadas pela metodologia aplicada, no entanto, a plataforma avalia que as empresas têm modelos de negócio inovadores em seus setores e podem surpreender.
Juntas, as candidatas a unicórnio de 2022 somam mais de US$ 1,8 bilhão em investimentos. Quando se olha para o setor de atuação, a maioria das aspirantes são fintechs, como A55, Cora, Conta Azul e Contabilizei; em seguida vêm as representantes do e-commerce/varejo, segundo setor que mais atrai investimentos na América Latina, com nomes como Shopper e PetLove, especializada em produtos e serviços para pets. Saúde e educação, outras duas áreas que chamaram a atenção de investidores no ano passado, também estão representadas com Alice e Descomplica.
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“Serviços financeiros e varejo seguem liderando a lista, mas vemos um crescimento interessante de outras áreas. Isso demonstra um amadurecimento do mercado, que enxerga oportunidades em várias frentes, e das startups brasileiras, que vem conquistando mais a confiança dos investidores”, disse Gustavo Gierun, CEO do Distrito.
Nova geração de unicórnios
O relatório também aponta que os unicórnios brasileiros parecem entrar em uma nova geração. Os “de primeira geração”, que atingiram o status até 2019, cresceram no início das captações do mercado de venture capital, quando poucos fundos internacionais olhavam para a América Latina. Os unicórnios que vieram em seguida, a partir de 2020, surfaram a onda de um mercado já consolidado, de maior liquidez.
Agora, os números alcançados em 2021 sugerem o início de uma nova fase, em que o crescimento é ainda mais acelerado e as empresas chegam ao valuation de mais de US$ 1 bilhão em intervalos menores – a exemplo da Merama, que virou unicórnio com menos de um ano de operação.
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Na lista de apostas de 2022, a grande maioria das candidatas chegou ao mercado de 2013 para cá; a mais antiga é a Petlove, fundada em 1999, e as mais jovens são a Alice e a Cora, ambas fundadas em 2019.
“As startups mais novas têm encontrado um cenário cada vez mais propício à disrupção. Fundos de VC, empresas e scale ups já consolidadas estão investindo cada vez mais em startups, entendendo que esse é um bom caminho para o crescimento. Mesmo setores tradicionais, como educação e saúde, estão se abrindo mais para soluções tecnológicas e se digitalizando. Os próprios consumidores já se habituaram a encontrar novidades diariamente. E as empresas líderes já entenderam que a inovação precisa ser um processo contínuo e permanente e que, conectando-se com startups, a evolução acontece mais rápido”, avaliou Gierun.