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Quinto Andar: renegociações de aluguel geraram mais de R$ 15 milhões de economia a inquilinos

Head de Comunicação do unicórnio brasileiro, José Osse, disse em entrevista ao LABS que a COVID-19 já está mudando o comportamento das pessoas em relação à moradia

Vista de Ipanema, no Rio.
Vista de Ipanema, no Rio. Quinto Andar já repara em busca por mais casas na cidade. Photo: Piotr Piatrouski/Shutterstock
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Desde março, quando as medidas de isolamento social começaram a ganhar força nas maiores cidades do país como forma de evitar a disseminação do novo coronavirus, a maior parte dos brasileiros também viu a renda desabar. Um levantamento de maio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontava que 40% dos brasileiros relatavam perdas parciais ou totais de renda. Outro mais recente, da DMCard, de junho, mostrou que esse número pode ser ainda maior, 70%. É nesse contexto que a startup brasileira de aluguel e compra e venda de imóveis Quinto Andar viu as renegociações de contratos entre proprietários e inquilinos gerar mais R$ 15 milhões em economia para os inquilinos.

Presente em 29 cidades, incluindo grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o Quinto Andar diz que esse montante envolve negociações que resultaram em descontos de 5% a 90% no valor do aluguel, ou mesmo no parcelamento dos pagamentos mensais por um prazo médio de 2,7 meses. A startup lançou nesta quarta-feira uma página com dados abertos sobre essas negociações.

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Além disso, serviços oferecidos pela startup, como o pagamento garantido, que prevê o recebimento do valor do aluguel sempre em dia, mesmo se o inquilino atrasar o pagamento, e a antecipação do aluguel do mês subsequente, opção que começou a ser testada em fevereiro, movimentaram mais de R$19,6 milhões em três meses de pandemia.

“Em 13 de março, uma semana antes do quarenta oficial em São Paulo (sede da empresa), nós começamos a avaliar como a pandemia impactaria a gente, nossos parceiros, proprietários e inquilinos. Nós criamos um fluxo específico para essas negociações avisamos todos sobre essa possibilidade”, conta o Head de Comunicação do Quinto Andar, José Osse, ao LABS.

José Osse, head de comunicação da QuintoAndar
José Osse, head de comunicação da QuintoAndar. Foto: Divulgação/QuintoAndar

Ele ressalta que a grande maioria dos proprietários que trabalham com a plataforma são de pessoas que têm um ou dois imóveis apenas e que, portanto, têm dependem do aluguel dos imóveis para manter o próprio nível de renda. A startup não revela quantos proprietários usam o Quinto Andar, mas no site da empresa é possível verificar que somente a cidade de São Paulo tem mais de 3 mil imóveis disponíveis para locação na plataforma.

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Além das ações voltadas para proprietários e inquilinos, a empresa lançou, em maio, uma linha de crédito para corretores, fotógrafos e imobiliárias parceiras que permite a eles antecipar até 70% dos ganhos mensais, com base na média de comissões e serviços realizados por esses parceiros entre janeiro e fevereiro deste ano. Dos R$ 4,5 milhões disponíveis nessa linha de crédito, mais de R$ 1 milhão já foram usados. O montante, segundo Osse, saiu do caixa da empresa, que percebeu a importância de manter o ecossistema de pé como estratégia fundamental para se manter nesse período de crise.

Brasileiros começam a buscar mais casas, e até mesmo opções no interior

Em entrevista ao LABS, Osse disse que a pandemia já começa a influenciar o comportamento do mercado imobilário brasileiro. “Estamos coletando dados sobre isso nesse momento, então é difícil fazer comparações. Mas em capitais como o Rio de Janeiro, notamos aumento na busca por casas, em bairros mais afastados do centro, uma desaceleração na busca ppr apartamentos. Também vimos que as pessoas começaram a buscar até opções em cidades do interior próximas aos grandes centros urbanos. Acreditamos que isso tenha a ver com a busca das pessoas por mais espaço, até mesmo para essa nova realidade do home office, e por mais tranquilidade”, avalia Osse.

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Os 1 mil funcionários da startup ficarão de home office até dezembro e, a partir de 2021, terão o trabalho remoto como um opção definitiva dentro da empresa. Os planos de expansão do Quinto Andar, tanto para outras cidades do Brasil quanto para a América Latina estão parados no momento. Em abril, a empresa, que fechou 2019 com R$ 28,9 bilhões em ativos sob sua gestão, teve de demitir 8% do seu quadro, como forma de manter suas operações.