A Shopee, plataforma de e-commerce do grupo asiático Sea, reportou um salto de 600% no número de vendedores locais registrados no marketplace no Brasil – hoje, já são mais de 1 milhão de vendedores brasileiros cadastrados. Isso significa que mais de 85% das vendas da Shopee no país são locais, e não produtos de vendedores estrangeiros.
Segundo a Shopee, a faixa de vendedores que faturam entre R$ 1 mil e R$ 5 mil por mês teve um crescimento de 50%. Além disso, os pedidos de vendedores locais que venderam pela primeira vez em 2021 aumentaram 40%.
Leila Carcagnoli, líder de categoria de marketplace da Shopee, afirmou que o objetivo da companhia é fortalecer cada vez mais o braço de negócios locais por meio de uma plataforma que conecte milhões de consumidores. “Com essas lojas brasileiras, a Shopee oferece fácil acesso a uma variedade de produtos locais em várias categorias”, disse.
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A estratégia da Shopee de investir em vendedores locais tem razão de ser: para se manter competitivas e crescer na América Latina, cada vez mais plataformas internacionais apostam em uma estratégia híbrida que combina as vantagens operacionais de uma marca global com atendimento local, a exemplo da Amazon e da AliExpress.
O estudo Beyond Borders 2021/2022, publicado pela fintech brasileira EBANX, que também é dona do LABS, mostra que a hibridização dos marketplaces permite uma competição mais justa entre players globais e locais.
O relatório analisou toda a gama de produtos oferecidos por seis diferentes marketplaces no Brasil (metade deles internacional e metade local), no início de setembro de 2021 — AliExpress, Shopee, Amazon, Mercado Livre, Americanas e Casas Bahia. A compilação considerou as primeiras cem páginas de produtos em cada site (já que os produtos mais relevantes estão dentro dessas páginas) e dividiu os produtos e vendedores em domésticos e internacionais.
No geral, mais de 750.000 itens, vendidos por mais de 230.000 vendedores, foram considerados nesta análise. Neste ponto, os dados mostraram que essa tendência de hibridização é definitivamente mais forte entre os mercados internacionais. A participação dos vendedores brasileiros nessas plataformas chega a 28% do total — e, o mais importante, os vendedores locais já são responsáveis por 64% dos produtos à disposição do cliente brasileiro.
Entre os marketplaces locais, a participação dos vendedores internacionais é pequena, atingindo menos de 1% do total, embora já representem 8% dos produtos oferecidos pelas três plataformas consideradas para esta análise. No entanto, as recentes parcerias anunciadas por empresas como a Via (dona das Casas Bahia) e Americanas têm o objetivo de expandir sua oferta internacional e têm potencial para mudar isso no curto prazo.