Cursos intensivos de seis meses, dados por executivos de startups e empresas de tecnologia, para suprir a demanda de talentos de startups e empresas de tecnologia. É com essa proposta que a Sirius Education chegou ao mercado nessa semana, embalada por uma captação de R$ 5 milhões que conta com a participação de uma série de investidores que acreditam que esse é um dos modelos viáveis para suprir a falta de trabalhadores qualificados no Brasil.
Segundo dados da consultoria McKinsey, haverá 1 milhão de vagas não preenchidas na área de tecnologia no Brasil até 2030. Ao mesmo tempo, o país não vem formando pessoas qualificadas na quantidade e qualidade demandadas pelo mercado.
Felipe Matos, fundador da aceleradora Startup Farm e do Dínamo, grupo voltado para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à inovação, ex-head de desenvolvimento da startup geolocalização In Loco, entre tantos outros papeis reconhecidos no mundo do empreendedorismo brasileiro, é um dos cofundadores e também CEO da edtech. Para a nova empreitada, ele se juntou a Rafaela Herrera Silva, ex-head de startup do Cubo Itaú e business developer da Startup Farm, Fernando Americano, ex-diretor de operações da Startup Farm e cofundador da escola de programação para startups Le Wagon Latam, e Arnobio Morelix, cientista de dados que comanda a área na Inc. Magazine.
Os quatro levantaram o investimento inicial da empresa com o fundo Garan Ventures e com vários investidores-anjo, entre eles a Shark Tank Camila Farani, bem como empreendedores fundadores de startups, como Rodrigo Cartacho (Sympla), João Selarin (TotalVoice/Zenvia) e Gustavo do Valle (Decorado). O grupo de investidores traz ainda executivos de empresas do Vale do Silício, como Twitter, Zoom, Zendesk e Intercom.

Matos disse ao LABS que ainda não pode revelar o nome das startups e empresas parceiras da Sirius, mas o primeiro curso, que atenderá uma demanda atual do mercado, já está com as inscrições abertas: é um fellowship em Ciência de Dados com duração de seis meses, que começa no fim de setembro, em formato virtual.
O curso é concebido para profissionais não técnicos que querem se tornar cientistas de dados e custa R$ 17,5 mil. Dentro do propósito da edtech, de não só suprir a demanda do mercado mas também ajudar pessoas a se prepararem para o trabalho do futuro, a Sirius oferecerá duas bolsas de estudo a cada aluno pagante.
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“Contratar em tecnologia vem se tornando cada vez mais difícil, especialmente depois da pandemia, já que empresas estrangeiras também passaram a assediar profissionais do Brasil para trabalhar remotamente”, diz Matos. “Ao mesmo tempo, vivemos num país com a realidade social do Brasil, que enfrenta um crise econômica e têm um enorme contingente de desempregados. Queremos com a Sirius juntar esses dois mundos, preenchendo essas vagas através da qualificação dessas pessoas, o que também traz um enorme impacto social para nossas formações”, completa.
Mesmo depois da pandemia sob controle, a intenção da Sirius é manter cursos com aulas 80% remotas e 20% presenciais. As primeiras unidades ficarão em São Paulo, Florianópolis e Belo Horizonte (onde fica a sede da edtech, em parceria com o Órbi, hub de inovação da capital mineira).
Até 2022, a Sirius pretende ter em seu portfolio até dez cursos nesse formato, com turmas de 50 a 100 alunos. E nos próximos cincos, quer chegar a todas as regiões do Brasil.