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Pela primeira vez em 12 meses, startups latinas não levantaram US$ 1 bi, mostra balanço de março da Sling Hub

Mas foi por pouco. Levantamento sempre entregue em primeira mão para o LABS traz 63 rodadas e um total de US$ 934 milhões em investimentos na região no mês passado

Foto: Pixabay.
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Balanço de março da plataforma brasileira de inteligência Sling Hub mostra que, pela primeira vez em 12 meses, as startups latino-americanas não levantaram US$ 1 bilhão ou mais em um mês. Mas foi por pouco. O levantamento — sempre divulgado antes no LABS —, traz 63 rodadas e um total de US$ 934 milhões em investimentos para a região no mês passado. Em janeiro, as startups latinas tinham atraído US$ 1,4 bilhão e em fevereiro, US$ 1,1 bilhão.

Apesar da queda em março, o ecossistema latino-americano fechou o primeiro trimestre de 2022 com US$ 3,3 bilhões em investimentos, resultado 40% maior que no mesmo período de 2021.

As startups brasileiras, que historicamente representam 70% dos investimentos na região, responderam por 57% das rodadas (36) desta vez. Comparado a março de 2021, o financiamento das startups brasileiras caiu 52%.

Startups do México vieram logo depois, com dez rodadas, seguidas das da Colômbia (7), Argentina (5), Peru (2) e Uruguai (2).

Das 63 rodadas, 23 foram de estágio pre-seed e seed.

De maneira geral, os investimentos levantados em março serão usados para desenvolvimento de produtos, expansão internacional e contratações. Entre as startups que anunciaram rodadas no mês passado estão healthtechs (sete rodadas), foodtechs (quatro), fintechs (quatro) e retailtechs (três).

A maior rodada foi levantada pela fintech mexicana Jeeves, que levantou US$ 180 milhões com Tencent e outros investidores anteriores.

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As 10 maiores rodadas de investimento de março de 2022 na América Latina

  1. Jeeves (México): Série C de US$ 180 milhões, liderada pela Tencent e acompanhada por family offices ligados a fundadores das FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google) e Carlo Enrico, presidente da Mastercard para América Latina e Caribe.
  2. evino (Brasil): rodada de US$ 126 milhões liderada pela Vinci Partners.
  3. Flash (Brasil): Série C de US$ 100 milhões liderada pelos fundos Battery Ventures e WhaleRock.
  4. 99 Minutos (México): Série C de US$ 82 milhões pela americana OAK HC-FT e seguida por Kaszek e Prosus.
  5. Contabilizei (Brasil): Série C de US$ 60 milhões liderada pelo SoftBank.
  6. Oxio (México): Série B de US$ 40 milhões liderada pela ParaFi Capital.
  7. Gringo (Brasil): Série B de US$ 36,8 milhões liderada pelo fundo de venture capital VEF e com co-investimento da Píton Capital.
  8. acasa (Colômbia): rodada de dívida de US$ 33 milhões, liderada pela Quona Capital.
  9. Trebel Music (México): Série B de US$ 25 de milhões liderada pelo conglomerado de mídia da Indonésia MNC Media.
  10. Trela (Brasil): Série A de US$ 25 milhões liderada pelo SoftBank.

Entre os fundos, os mais ativos no mês de março foram o SoftBank e o Global Founders Capital (GFC), ambos liderando cinco rodadas cada. Norte Ventures (quatro rodadas), Kaszek (quatro), monashees (quatro), FJ Labs (quatro) e Y Combinator (quatro), vêm em seguida.

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A rodada média na região ficou em US$ 18 milhões, mas algumas startups conseguiram levantar recursos de forma inédita, segundo a Sling Hub.

A Stämm, startup de biotecnologia da Argentina, por exemplo, captou US$ 17,2 milhões em uma rodada Série A liderada pela Varana Capital, um novo recorde para o segmento na América Latina.

Com a Série C de US$ 100 milhões, a Flash empatou com a Sólides no posto de maior rodada de uma HRTech na América Latina.

Já a fintech brasileira Kamino levantou a maior rodada pre-seed da região até o momento: US$ 6,1 milhões em um financiamento puxado pela Inspired Capital Partners.