Já faz algum tempo que a desconfiança dos investidores vem interferindo nos planos da startup imobiliária WeWork. Menos de uma semana depois da saída do cofundador Adam Neumann do posto de CEO, a empresa desistiu oficialmente de abrir capital na bolsa nesta segunda-feira, 30 de setembro, através de pedido de retirada da oferta publica na Securities and Exchange Commission, órgão americano responsável pelo registro de IPOs.
A startup de coworking havia enviado documentos para sua oferta pública em agosto. Naquela época, o valuation da WeWork estava cotado em US$ 47 bilhões – mas o ceticismo dos investidores em relação à lucratividade da empresa levou a uma depreciação em seu valor de mercado, que passou a atingir não mais do que US$ 10 bilhões.
A crescente preocupação com as perdas da empresa, além de dúvidas por parte de investidores com relação à administração de Neumann não apenas fez com que a empresa decidisse adiar sua oferta pública – até então programada para setembro – como também chamou a atenção de seu maior investidor: Softbank.
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Como o grupo japonês esperava lucrar com a estréia da empresa no mercado – o anúncio de atraso no IPO não foi bem recebido – o que levou Neumann a deixar o cargo de CEO, como medida para evitar mais escrutínio e queda nas ações da empresa.
“Decidimos adiar o IPO para focar em nosso negócio principal, cuja base permanece forte”, disseram os sucessores de Neumann, Artie Minson e Sebastian Gunningham, segundo a Forbes. Com o objetivo de restaurar a confiança dos investidores para uma tentativa futura de abertura na bolsa, o novo conselho da WeWork está agora trabalhando para cortar despesas e levantar capital com a venda de recursos da empresa.