A Speedbird Aero, startup brasileira que fabrica aeronaves não-tripuladas (drones) para logística de entregas comerciais, acaba de anunciar uma captação de R$ 35 milhões. A rodada Série A foi liderada pela Bela Juju Ventures e acompanhada pela DOMO Invest e NAU Capital, que já haviam investido na rodada Seed.
Primeira companhia brasileira a receber certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para operar drones para entregas, a Speedbird propõe que os drones sejam vistos como um novo modal logístico, viável e escalável para entregas de produtos para empresas, serviços de logística e de saúde.
Fundada em 2018, a startup vinha realizando voos experimentais para empresas como Ambev, iFood, e Natura, entre outras. Com a certificação da ANAC, que atesta a segurança dos drones desenvolvidos pela Speedbird, a empresa passou a oferecer o serviço de Drone as a Service (DaaS).
“Nos últimos dois anos conseguimos comprovar a segurança de nossas aeronaves, a capacidade de gerenciamento de rotas e a qualidade da tecnologia que nos permite automatizar os voos dos drones”, explicou Samuel Salomão, Chief Product Officer (CPO) da Speedbird.
A certificação habilita a Speedbird a colocar as suas aeronaves para voar em qualquer local do território brasileiro, desde que sejam respeitadas as regras de áreas que podem ser sobrevoadas – neste momento, os drones não podem sobrevoar áreas com alta concentração de pessoas, por exemplo.

Agora, com a certificação e os recursos da Série A, a Speedbird se prepara para iniciar a fabricação e oferta de serviços em maior escala, ampliar a carteira de clientes e chegar a 250 aeronaves em atividade até o final de 2023. A startup tem a ambição de criar um “ecossistema de logística via aeronaves não-tripuladas” que gere empregos, ajude a desenvolver novos negócios e apoie empresas na entrega de produtos.
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Segundo Manoel Coelho, CEO da Speedbird, a ideia é que os drones operem de forma complementar a serviços logísticos de baixo impacto ambiental, como veículos elétricos ou bikes. No caso da entrega de alimentos, possivelmente o maior mercado potencial da Speedbird, Coelho explicou que ao atuar como modal complementar aos serviços de entregas por motociclistas, a empresa estará ajudando os entregadores a realizarem mais entregas em percursos menos arriscados.
“É o que chamamos de soma positiva, em que todos ganham. Criamos mais empregos e apoiamos aqueles profissionais que atuam em outros modais. E este é justamente um dos propósitos da Speedbird”, disse.
Pode-se dizer que a Speedbird está desbravando o mercado de entregas por drones no Brasil, desde o aspecto regulatório até o tecnológico e operacional. “Estamos criando um mercado praticamente do zero no Brasil”, disse Coelho.
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Sem competidores, a Speedbird tem experimentado um crescimento consistente. Desde 2020, o número de colaboradores saltou de quatro para 45 para dar conta da fabricação de três aeronaves não-tripuláveis distintas: DLV-1, DLV-2 e DLV-4, com capacidades de transportar cargas de até 3kg, 8kg e 5kg, em distâncias de raio de 3 km, 7 km e 50 km, respectivamente.
Com 50 rotas em operação, a empresa planeja criar ao menos 100 vagas para operadores de voo, além de todo o time de suporte, engenharia, fabricação, software, manutenção e profissionais para as áreas administrativas, de vendas, recursos humanos e marketing.