- Em razão da pandemia do novo coronavirus e o fechamento forçado de lojas físicas no varejo, a Inloco mudou o modelo de negócios e criou um conjunto de soluções para trabalhar com combate à fraude;
- As duas empresas vão operar no Brasil e nos EUA.
A Inloco, startup brasileira de localização nascida no hub de Recife Porto Digital, iniciou oficialmente suas operações nos Estados Unidos há algumas semanas, e por meio de uma empresa-irmã: Incognia. Fisicamente no país desde fevereiro, a Inloco mudou seu modelo de negócios original, que oferecia soluções de marketing baseadas em geolocalização, para trabalhar com soluções privadas de identidade comportamental para evitar fraudes móveis, com um novo conjunto de produtos, uma nova marca, mas a partir da mesma tecnologia de localização.
Lá, a Incognia terá foco em clientes do setor bancário, pagamentos e varejo móvel (e-commerce). A mudança ocorreu principalmente devido à crise da COVID-19, já que a tecnologia de localização da startup era sobretudo usada para aplicativos físicos de varejo que podiam se conectar aos usuários quando entravam nas lojas.
O desenvolvimento de uma solução de autenticação que usa as informações comportamentais dos usuários com base na localização para provar a identidade já estava no plano da concepção da startup. Com a crise, essa solução foi concretizada. “Os Estados Unidos precisam de uma solução de privacidade para combater a fraude”, lembra Ferraz.
LEIA TAMBÉM: Facebook lança WhatsApp Pay no Brasil
O CEO da Incognia e da Inloco, André Ferraz, disse ao LABS que espera que o produto antifraude represente a maior parte dos negócios de ambas as empresas até o fim deste ano. A Incognia está sediada em Palo Alto, Califórnia, e também possui uma equipe em Nova York.
Ferraz explica que, criando um padrão comportamental de localização anônimo, único para cada usuário, a Incognia fornece uma identidade privada.
Mudando em tempo real conforme nos movemos, o comportamento de localização cria uma impressão digital dinâmica que é extremamente difícil, para não corrermos o risco de dizer impossível, de ser imitada
André Ferraz, CEO da Incognia e da Inloco.
LEIA TAMBÉM: Unicórnio dos hotéis, Oyo ajusta operação no Brasil ao cenário da pandemia
Essa identidade digital poderosa, quando aplicada por bancos, empresas de pagamento e varejistas online, pode ser usada para autenticar usuários tanto na abertura de contas quanto em qualquer login, explica o executivo. “Assim, quando fraudadores tentarem abrir contas com dados roubados, ou acessar contas de terceiros, seu comportamento de localização não irá coincidir com o dos donos legítimos das contas. Assim, seu acesso será barrado. Usuários e instituições permanecem seguros e com seus dados em sigilo”, frisa Ferraz.
A Inloco está usando 60% do aporte de BRL 80 milhões (US$ 18,8 milhões) recebido em 2019 para explorar os Estados Unidos.