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Startup que combate o desperdício de alimentos, Food to Save capta R$ 1,3 milhão em menos de 24 horas

Os recursos foram levantados por meio da CapTable e atraíram 211 investidores. Plano agora é investir nas frentes de tecnologia, marketing e vendas

Murilo Ambrogi, Lucas Infante e Fernando Henrique dos Reis, sócios-fundadores da Food To Save. Foto: Jefferson de Souza/ Divulgação
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A Food to Save, startup que combate o desperdício de alimentos e já evitou o descarte de mais de 150 toneladas desde o início das suas operações, há um ano, captou R$ 1,3 milhão via a plataforma de crowdfunding CapTable. Em menos de 24 horas, 211 investidores se interessaram pela proposta de negócio B2B2C e impacto social da startup.

Usando tecnologia e um hábito relativamente recente — comprar por aplicativos —, a Food to Save oferece ao consumidor o excedente de restaurantes, padarias e supermercados, produtos ainda aptos ao consumo humano, mas que antes eram descartados por motivos diversos, com descontos que chegam a 70%. Essa venda acontece por meio de “sacolas-surpresa”.

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Dentro das sacolas vão produtos próximos do vencimento ou com aparência não ideal (pense em frutas e legumes “feios”), mas ainda seguros para o consumo humano. Além de facilitar a logística dos estabelecimentos parceiros, o fator surpresa se desdobra em conscientização e chamariz: “Quero chamar a sua atenção, a de todo mundo, para a questão do desperdício de alimentos”, explicou o CEO e cofundador, Lucas Infante, em entrevista ao LABS ainda em fevereiro.

Na Food to Save, o consumidor escolhe apenas o tipo da comida que quer receber (salgada, doce ou mista) e um dos três tamanhos/preços de sacola (R$ 10,99, R$ 15,99 ou R$ 20,99).

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O MVP da Food to Save nasceu em 2020, com capital próprio (bootstraping) dos sócios: além de Lucas, Murilo Ambrogi (CMO), Fernando Henrique dos Reis (COO) e Guido Bruzadin (CTO) compõem o quadro societário.

Um ano depois, com um investimento-anjo, as operações começaram para valer. Antes da captação via crowdfunding anunciada nesta quinta-feira (26), a startup tinha levantado R$ 800 mil.

A Food to Save está disponível em São Paulo capital e em Campinas, no ABC paulista, e acaba de chegar também ao Rio de Janeiro. Entre as mais de 500 empresas que usam os serviços da startup estão marcas como Rei do Mate, Dengo Chocolates, Pizza Hut, Duckbill e a tradicional padaria paulistana Bella Paulista.

Neste um ano de operação, a startup diz ter movimentado mais de R$ 1,8 milhão e gerado mais de R$ 1 milhão em receita incremental para os estabelecimentos parceiros.

Com os novos recursos, a startup quer acelerar ações de marketing, comerciais e de desenvolvimento tecnológico. “Na melhora tecnológica, por exemplo, vamos conseguir desenvolver novas funcionalidades de engajamento para as pessoas, gamificando o uso da plataforma”, disse Reis em comunicado à imprensa.