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Startup Sami lança plano de saúde para MEIs e amplia rede credenciada

Ampliação de portfólio e público-alvo da health tech vem após aporte de R$ 86 milhões recebido no ano passado

Os fundadores da Sami, Vitor Asseituno e Guilherme Berardo. Foto: Divulgação
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  • Os planos de saúde empresariais correspondem a cerca de 70% da oferta de cobertura privada do país, segundo dados da agência reguladora do setor, a ANS;
  • A condição mínima para a contração desse tipo de plano, no entanto, é de que a empresa contratante tenha pelo menos dois funcionários;
  • A regulamentação da ANS para planos empresariais para MEIs passou a valer em janeiro de 2018, mas poucas operadoras tradicionais oferecem a opção, que também têm entraves burocráticos.

A health tech Sami lançou nesta semana uma opção de plano de saúde para microempreendedores individuais (MEIs) – um público-alvo gigante, que só cresceu com a pandemia de COVID-19 e que é pouco contemplado pelo mercado tradicional. Segundo a Receita Federal, 11,2 milhões de CNPJs estavam registrados como MEI até a terceira semana de dezembro de 2020, um aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Nós também somos empreendedores e nos vemos na obrigação de ajudá-los nessa jornada. Os MEIs têm sido uma categoria em franca expansão, mas são um público desassistido quando se trata de saúde. Nós temos a tecnologia e a qualidade médica para garantir o melhor atendimento para eles, e nos estruturamos para ser sua primeira opção”, afirma Guilherme Berardo, cofundador e CEO da startup, em press release enviado à imprensa. 

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A intenção de ampliar de portfólio e público-alvo era algo que a startup já tinha demosntrado em outubro do ano passado, quando a Sami recebeu R$ 86 milhões de uma rodada Série A liderada pelo Valor Capital Group e pela monashees. Investidores anteriores, como a Redpoint eventures e a Canary, também participaram da rodada.

Os planos de saúde empresariais correspondem a quase 70% da oferta de cobertura privada do país, segundo dados da agência reguladora do setor, a ANS. A condição mínima para a contração desse tipo de plano, no entanto, é de que a empresa contratante tenha pelo menos dois funcionários. A alternativa seria correr para um plano individual ou familiar, mas esses planos, além de mais caros que os empresariais, têm sido cada vez menos oferecidos pelas empresas tradicionais porque tem o reajuste anual de preços limitado pela ANS.

“Os MEIs podem contratar planos de acordo com a legislação, mas dificilmente encontram alternativas, pois a imensa maioria não aceita contratos com apenas uma vida. É uma escolha de negócio desses planos, que entendem que tais empresas podem ter um custo maior e a receita não compensaria os custos de venda e utilização. Mas nós entendemos que precisávamos acolher esse público”, explica Vitor Asseituno, médico cofundador e presidente da Sami. 

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A regulamentação da ANS para planos empresariais para MEIs passou a valer em janeiro de 2018, mas poucas operadoras tradicionais oferecem a opção, que também têm entraves burocráticos. “A regulação exige que as operadoras atualizem todo ano os documentos que comprovam a legitimidade do MEI e que a empresa tenha pelo menos seis meses de abertura, o que é um desafio de tecnologia e processos que a maior parte das operadoras ainda não conseguiu vencer”, diz a médica Martha Oliveira, ex-Diretora da ANS e advisor da Sami.

Além da oferta de planos de saúde para MEIs, a Sami ampliou sua rede credenciada e passou a ofertar a modalidade apartamento no plano Sami Sol, o primeiro plano da startup. Por ora, a Sami atua apenas na região da cidade de São Paulo. A contratação dos planos da Sami é totalmente online, e os custos começam em R$ 198 por pessoa (para a faixa de 19 a 23 anos de idade).