As startups brasileiras receberam US$ 484,4 milhões em 44 rodadas de investimento em julho, segundo o último relatório da plataforma de inovação Distrito. Este volume é 35% superior ao mesmo período em 2020, quando US$ 356 milhões foram investidos. Julho também teve uma queda de 75% no montante investido em relação ao mês recorde de junho, quando mais de US$ 2 bilhões foram investidos.
“O mercado de capital de risco continua crescendo de maneira intensa. Mais do que as mega-rodadas, o mercado está com um número acelerado de rodadas por mês, não é um evento concentrado apenas em startups mais maduras, mas do mercado geral”, disse Gustavo Gierun, cofundador do Distrito.
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Entre os principais investimentos em julho destacam-se os US$ 170 milhões para a alemã JOKR, que tem a Daki como representante no Brasil, os R$ 300 milhões para a Blu, R$ 250 milhões para o Will.Bank, US$ 35 milhões para a Cobli e R$ 110 milhões para a EmCasa.
Segundo o Distrito, os setores mais aquecidos em julho foram fintech (US$ 191,6 milhões), com 14 investimentos; seguido por retailtech (US$ 174,8 milhões), com cinco transações; healthtech (US$ 33.1 milhões), também com cinco movimentações; edtech (US$ 13,8 milhões), com seis transações e, por último, martech (US$ 2,6 milhões) apenas com a rodada da Croct.
Caminhando para um ano recorde em investimentos VC no Brasil
Neste ano, as movimentações somaram US$ 5,6 bilhões em 412 aportes. Considerando os investimentos no mesmo período dos anos anteriores, 2021 já supera em 386% o ano passado e 222% o ano de 2019. Entre os setores mais aquecidos em 2021 estão:
- Fintech – US$ 2,6 bilhões – 93 transações
- Real Estate – US$ 851,4 milhões – 14 transações
- RetailTech – US$ 607,9 milhões – 46 transações
- Supply Chain – US$ 262,9 milhões – 17 transações
- Edtech – US$ 237,7 milhões – 32 transações
Segundo Gierun, por conta do processo de transformação digital das grandes empresas aliado à liquidez e o poder de barganha das grandes empresas de tecnologia do Brasil, o mercado brasileiro teve 134 M&As (fusões e aquisições) em 2021. Considerando o mesmo período dos anos anteriores, 2021 já supera em 97% o ano passado e 294% o ano de 2019, quando 68 e 34 fusões e aquisições foram realizadas, respectivamente.
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Em julho, os setores que mais tiveram M&As foram fintech (4), retailtech (4) e T.I (2), com destaque para as principais aquisições da Creditas, que comprou a Minuto Seguros e a Volanty, a Loft, que comprou a Credpago, a Lojas Renner que comprou a Repassa e o PicPay, que adquiriu o Guiabolso.
Em 2021 como um todo, os setores que mais fizeram fusões ou aquisições foram fintech (25), varejo (22), marketing (17), edtech (9), healthtech (9), T.I (7), Insurtech (5), HRtech (4) e Legaltech (4).