A Tractian, startup brasileira que oferece sistemas de monitoramento industrial, especialmente manutenção preventiva, concluiu uma rodada de captação de R$ 80 milhões. A Série A foi liderada pelo fundo norte-americano Next47 – essa é a primeira vez que o fundo investe em uma empresa da América Latina – e acompanhada pelos investidores anteriores, como a DGF Investimentos, o Family office Citrino e Cláudia Massei, CEO da Siemens em Omã, além da Totvs, por meio de seu fundo CVC, e Gilberto Mautner, fundador da Locaweb.
Os recursos serão usados para bancar a expansão da operação da startup, que reportou um crescimento de mais de 400% no ano passado, ultrapassando 200 indústrias clientes, incluindo nomes como Embraer, Bosch, Danone, Hyundai e John Deere. A Tractian projeta chegar a 600 novas indústrias e 20 mil novos sensores no mercado nos próximos 18 meses, além de expandir sua equipe para 200 colaboradores.
“Queremos continuar crescendo exponencialmente no Brasil e internacionalmente. Sabemos que a indústria que possui manutenção preditiva tem vantagem competitiva em relação às demais, e a Tractian quer ser o braço direito da manutenção dessas companhias”, disse Gabriel Lameirinhas, cofundador da Tractian ao lado de Igor Marinelli. “Este é um setor crítico, o coração da nossa economia. Este novo investimento será fundamental para consolidar nossa posição no mercado global”, acrescentou Marinelli.
A Série A chega na esteira de uma série de novidades lançadas pela Tractian desde o início do ano. Em janeiro, a startup expandiu para o México, com inauguração de escritório e uma equipe dedicada à operação no país. A meta é conquistar pelo menos 30 clientes e faturar R$ 5 milhões (o equivalente a 10% da receita total projetada para o período) no primeiro ano de operações, repetindo na segunda maior economia da América Latina o sucesso que teve no Brasil.
Dona de um conjunto de soluções de hardware e software para ajudar indústrias de setores variados a melhorar a manutenção e o funcionamento das máquinas, a Tractian também tem investido na ampliação do portfólio. O lançamento mais recente é o Energy Trac, um novo sensor IoT para o monitoramento de energia e diagnóstico de falhas elétricas. Atualmente, a startup atende indústrias do ramo de aviação, automotivo, alimentício e bebidas, metalúrgico, sucroalcooleiro, aeroportos, entre outros.
A tecnologia da Tractian: como a startup monitora equipamentos e auxilia na manutenção preventiva da indústria
Os sensores do Tractian medem quatro coisas: vibração, temperatura, consumo de energia e tempo de funcionamento (por meio de um horômetro). Já o software da Tractian é capaz de analisar os dados provenientes dos sensores para prever quando uma máquina pode precisar de manutenção.
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Os sensores são enviados às empresas, que pagam mensalmente para ter acesso ao software de análise. Em média, as indústrias tem começado monitorando 50 máquinas e gastando cerca de R$ 9 mil por mês. Segundo Marinelli, esse custo se paga totalmente em dois a três meses.
“Uma máquina, seja no Brasil ou no México, possui as mesmas características de funcionamento. Por isso a tecnologia da Tractian se aplica em qualquer máquina rotativa com padrão de vibração. Nosso sistema de monitoramento combinado ao sensor já se provou eficiente nos clientes internacionais que temos. O principal objetivo é sempre democratizar o acesso dessas ferramentas para pequenas e médias empresas”, explicou Marinelli em entrevista recente ao LABS.