A Trybe, escola brasileira de programação, fechou uma rodada de captação Série B de R$ 145 milhões, elevando seu valor de mercado para R$ 1,3 bilhão. O aporte foi liderado pela Base Partners e Untitled e também teve a participação da XP, Global Founders Capital, Endeavor Scale UpVentures, Verde, Luxor, além de investidores individuais.
Fundada em 2019 por Claudio Lensing, João Daniel Duarte, Marcos Moura, Matheus Goyas e Rafael Torres, a Trybe é uma edtech focada na formação de profissionais de tecnologia – uma demanda crescente no mercado brasileiro, que enfrenta o chamado “apagão de talentos”, a falta de mão de obra especializada. Dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) estimam que a área de tecnologia demandará cerca de 420 mil profissionais até 2024, mas o país capacita apenas 46 mil pessoas por ano.
Em dois anos de operação, a Trybe já está na sua 20º turma e planeja fechar 2021 com cerca de 3 mil alunos. A startup trabalha com um programa de aulas online com duração de 12 meses e carga horária de 6 horas diárias. Os estudantes têm aulas de desenvolvimento web (quatro módulos) e habilidades socioemocionais; há também aulas específicas para preparação para processos seletivos e edição do perfil no LinkedIn.
A Trybe tem parceria com mais de 130 empresas de forte base tecnológica, como CI&T, Ford, Localiza, Méliuz e XP. Gratuita, que contribuem com o desenho da formação. A ideia é conectar essas empresas que têm demanda por talentos na área de desenvolvimento web aos estudantes.
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“A espinha dorsal da Trybe, desde a fundação, é a educação de alta qualidade, capaz de transformar vidas, voltada para aquilo que o mercado espera de profissionais em tecnologia”, explica Goyas, CEO da Trybe.
O processo seletivo da Trybe é concorrido; segundo a startup, mais de 190 mil pessoas já se inscreveram para o curso de programação da escola, mas a taxa de aprovação é de apenas 2%. A edtech informou que 94% das pessoas formadas pela edtech foram contratadas na área de tecnologia em até três meses.
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Os recursos captados serão destinados para as áreas de educação, tecnologia, produto e dados. A ideia da Trybe é contratar até 300 novos colaboradores e lançar outras formações já no ano que vem, voltadas para Dados, Mobile e Cibersegurança. “Toda a qualidade que construímos para o nosso curso de Desenvolvimento de software será replicada para as novas formações que ofereceremos a partir do ano que vem”, diz Goyas.
Essa é a terceira rodada de captação da empresa, que já havia levantado US$ 21 milhões em duas rodadas (Seed e Série A) com investidores como Atlantico, Canary, Igah, Global Founders Capital e Maya Capital, além de profissionais renomados como José Galló, Nizan Guanaes e Arminio Fraga.