Uma nova plataforma de streaming de vídeo estreou no mercado brasileiro neste sábado, 6. Unindo elementos de redes sociais, TV online e conteúdos on demand, o ZoOme.TV chega com a missão de aprofundar a interação entre canais, influenciadores, marcas e seus seguidores, informou o novo serviço ao LABS.
“Hoje em dia, todo mundo usa as redes sociais para jogar o tráfego para outro lugar e tentar monetizar de alguma forma. Com a redução das entregas das plataformas e a baixa monetização nos poucos lugares que monetizam, isso é cada vez menos interessante para os produtores de conteúdo”, explica ao LABS o fundador e CEO Ricardo Kurtz.
Fundada em Miami, a plataforma que vem sendo idealizada desde 2016 e conta também com o ex-HBO Bruno Megale como head de ad sales, permite ao produtor de conteúdo disponibilizar em seu canal formatos que variam de vídeos e séries a pay-per-view e lives, além de mensagens, stories e videocasts.
Além da quantidade de formatos, o ZoOme.TV conta com mais de 22 segmentos diversos de produtores de conteúdo, que vão de música à culinária. O produtor é quem define se os conteúdos serão cobrados e qual será o preço.
Do lado dos usuários, as principais diferenças contra competidores são o modelo de micro-pagamento e forma de interação. Com formato pré-pago, a plataforma não realiza cobranças recorrentes e os usuários só pagam pelos conteúdos que desejam consumir.
“Já em relação à interação, o ZoOme.TV disponibiliza canais de comunicação direto entre fãs e artistas e, dependendo do plano adquirido, a resposta da interação pode ser garantida pela plataforma,” explica Kurtz.

“Nosso alvo são criadores que têm em torno de 200, 300 mil seguidores. Eles têm um potencial gigante de monetização através de publicidade e em outros formatos,” comenta o executivo. “Esses criadores são totalmente desassistidos pelas grandes plataformas.”
Kurtz defende que com o formato de micro-pagamento, tanto usuários quanto criadores são beneficiados. Segundo ele, como os usuários arcam com um valor menor do que em outras plataformas, visto que pagam apenas pelo conteúdo que realmente assistem, isso valoriza diretamente seus artistas preferidos, já que o investimento pago vai diretamente para o criador.
Já quanto ao valor de cada conteúdo, o criador é quem estipula, a partir de 5 centavos, quanto irá cobrar e em qual formato. “Posso colocar um preço para disponibilizar aquele conteúdo por 48h, por uma semana, um ano. São várias possibilidades de customização,” complementa Kurtz.
Em relação à publicidade, os anúncios na plataforma são padronizados, com no máximo 10 segundos de duração e não podem ser pulados pelo usuário.
Os criadores de conteúdo escolhem seus patrocinadores e o preço que deve ser pago por eles. “Com isso, a monetização dos canais pode ser até 50x maior do que o que é recebido pelas plataformas tradicionais. No ZoOme.TV o produtor de conteúdo ganha de 30% a 50% do faturamento de publicidade veiculada no seu canal. Este é o nosso grande diferencial, quando se fala em publicidade.”
Kurtz relata que o nome da plataforma remete ao conceito de personalização do conteúdo. “A gente acredita muito no eu-TV, o nome ZoOme tem essa ideia, transformar pessoas em canais.” Segundo o executivo, o serviço permite que usuários criem sua própria grade de programação, recebendo apenas os conteúdos que têm interesse em consumir.
“Acreditamos em um conteúdo cada vez mais customizado na contramão das plataformas de streaming que estão por aí. Daqui a pouco, [as plataformas] irão pesar muito no cartão de crédito de todo mundo,” argumenta.
No horizonte, a plataforma aposta em uma tendência que vem ganhando cada vez mais adeptos no mercado brasileiro, o live shopping. “A compra por impulso está entre os gatilhos mentais mais usados. Nos próximos dois meses, teremos soluções desse tipo. Não de checkout especificamente, mas de facilitar esse tipo de venda,” comenta.
Kurtz revela que em uma primeira fase, o ZoOme.TV irá aliar compra e vídeo via WhatsApp Business, para que o usuário interaja diretamente com a marca enquanto assiste um conteúdo.
“Depois, devemos entrar em algum tipo de customização do vídeo em si. Temos uma empresa parceira na Espanha que já faz esse tipo de taggeamento de produtos dentro do vídeo e já direciona direto para a loja. O terceiro passo, aí sim, será uma integração de checkout. Ainda não temos definido se será com um parceiro de e-commerce ou se iremos acoplar uma solução,” comenta, sem dar previsão de lançamento das novas funcionalidades.
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Com o objetivo de atingir entre 25 a 45 milhões de inscritos na plataforma e 20 mil canais de criadores de conteúdo até o final do ano, o fundador revela que a uma das metas deve ser alcançada mais rápido do que o previsto. “Já chegamos ao pico de 400 pedidos de canal por hora.”
Neste domingo, o ZoOme.TV inicia sua operação no mercado brasileiro com 40 canais de conteúdo e alguns nomes de peso, como o cantor sertanejo Gusttavo Lima, primeiro artista a aderir à plataforma, e o banco Next, como patrocinador. “Já fechamos Stock Car, vamos transmitir todas as corridas ao vivo pelo ZoOme,” conta.
Em relação a outros mercados, Kurtz não restringe as opções do serviço. O ZoOme é uma empresa baseada em Miami. Colocamos ela lá por motivos geográficos, por ser um ponto central entre a costa oeste [dos Estados Unidos], Europa, América Latina. Nossa parceria com o Gusttavo [Lima] envolve também a América Latina, existe uma estratégia de internacionalização inclusive em parceria com grandes artistas latinos. Então sim, a gente olha pra América Latina, e não só pra ela”.