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Zoop recebe aporte de R$ 170 milhões da Movile

Fintech aposta em soluções financeiras B2B para que qualquer empresa possa criar e oferecer serviços financeiros, a exemplo da Conta Digital iFood, criada pela Zoop

Zoop recebe aporte da Movile
Rodrigo Miranda e Fabiano Cruz, cofundadores da Zoop. Foto: Zoop/Divulgação
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A Zoop, fintech brasileira de tecnologia para serviços financeiros no mercado B2B, acaba de receber um aporte de R$ 170 milhões da Movile, investidora da startup desde 2018. O investimento incluí novos recursos primários injetados na fintech e a compra de ações de investidores da Zoop, como a Darwin Capital. 

A Zoop desenvolve soluções para outras empresas nos segmentos de meios de pagamento, Banking as a Service (BaaS) e crédito. Em outras palavras, a fintech fornece toda a estrutura tecnológica e regulatória para custodiar contas digitais para que qualquer empresa – seja startup, marketplace ou mesmo uma grande empresa – possa criar e oferecer serviços financeiros com a sua própria marca. Com esse modelo, a empresa espera chegar a 1 milhão de contas até o fim do ano. 

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Um exemplo de como a Zoop atua é a parceria com o iFood, que resultou na Conta Digital iFood, desenvolvida pela fintech. Com ela, a food tech passou a oferecer contas digitais para os restaurantes parceiros, por meio das quais os estabelecimentos conseguem obter empréstimos do iFood, entre outros serviços. Em sete meses, o “banco dos restaurantes” já soma 150 mil contas digitais. A Zoop também desenvolveu a solução para incluir o PIX como forma de pagamento no aplicativo do iFood. 

“Nosso modelo de negócios é pioneiro no Brasil. A partir da plataforma Banking as a Service e White Label da Zoop, plataformas de e-commerce, marketplaces, ERPs, varejistas e outras empresas de médio ou grande porte podem oferecer serviços financeiros para seus clientes, que geralmente são outras empresas e pequenos negócios”, explica Fabiano Cruz, CEO e cofundador da Zoop. 

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De acordo com Cruz, a flexibilidade da plataforma da Zoop permite que a fintech atenda empresas de perfis bem diferentes, como PSPs (Provedor de Serviços de Pagamentos) ou ERP (Sistemas de Automação Comercial), que utilizam as soluções da Zoop para oferecer pagamentos em suas verticais. Mas há também marketplaces e plataformas de e-commerce, que criam suas próprias soluções de pagamento por meio da Zoop e ainda as empresas que não atuam no segmento de serviços financeiros, mas utilizam serviços financeiros para expandir seus negócios – a exemplo do iFood.

Fundada em 2013 e mais de 600 parceiros cadastrados em sua plataforma, a Zoop informou um crescimento de 150% em 2020 em relação ao ano anterior, uma alta que a fintech atribuí à aceleração da adoção de transações digitais, devido à pandemia, e à própria evolução do sistema financeiro brasileiro, que teve dois grandes momentos recentemente com o lançamento do PIX e o início da implementação do Open Banking. Somente na vertical de pagamentos, foram R$ 20 bilhões processados em 2020, segundo a startup informou. 

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“Queremos manter esse ritmo de crescimento e acompanhar as novidades do mercado para apoiar a expansão dessa tendência de ‘fintech as a service’ que o país vive”, disse Cruz. 

O aporte na Zoop pela Movile, inclusive, segue essa tendência de alta nos investimentos em fintechs – segundo a LAVCA, foi o setor que mais recebeu aportes nos últimos seis anos. Patrick Hruby, CEO da Movile, explica que a investidora criou uma divisão dedicada a olhar para essa vertical estrategicamente. “Acreditamos que no futuro toda empresa será uma fintech. Por isso, é o segmento em que estamos fazendo mais investimentos e no qual estamos mais ativos”, disse.