- Os cerca de 300 milhões de clientes do PayPal poderão usar também os serviços do Mercado Pago, fintech de serviços financeiros do Mercado Livre, nas compras on-line, e vice-e-versa;
- Além disso, a Xoom, serviço de transferências internacionais do PayPal, permitirá que os usuários do Mercado Pago no Brasil e no México recebam remessas de dinheiro diretamente em sua carteira digital.
No último dia 30 de dezembro, os executivos da norte-americana PayPal e do conglomerado de e-commerce Mercado Livre (MercadoLibre) anunciaram um acordo para expandir seus serviços financeiros e ganhar escala na América Latina.
Em post no LinkedIN, o COO do MercadoLibre, Stelleo Tolda, explicou que, com o acordo, o Mercado Pago, fintech de serviços financeiros do Mercado Livre, será oferecido como método de pagamento pelos comerciantes que usam o PayPal em todo o mundo, permitindo que os 48 milhões de usuários da fintech no Brasil e no México paguem por compras online com o método que já conhecem. Em contrapartida, o Paypal também será aceito no marketplace do Mercado Livre para compras internacionais.
Além disso, a Xoom, serviço de transferências internacionais do PayPal, permitirá que os usuários do Mercado Pago no Brasil e no México recebam remessas de dinheiro diretamente em sua carteira digital.
O CEO do PayPal, Dan Schulman, explicou, em artigo publicado no LinkedIN, que esse é apenas o começo de uma longa parceria entre as duas companhias. “Ao trabalhar em estreita colaboração, podemos alavancar conjuntamente nossos recursos de escala e plataforma para ajudar a impulsionar a inclusão e o acesso à economia digital global”, disse o executivo.
Esse novo acordo faz parte de um investimento estratégico do PayPal no Mercado Livre. Em março do ano passado, a empresa latino-americana levantou US$ 1,85 bilhão em uma oferta de ações na bolsa americana Nasdaq, onde está listada. Deste total, US$ 750 milhões vieram do PayPal, e US$ 100 milhões de uma afiliada do grupo de investimento Dragoneer.
É o sucesso do Mercado Pago, o braço de serviços financeiros do Mercado Livre que tem feito os investidores olharem para a empresa latino-americana para além da sua atividade original, o e-commerce.
Embora a empresa, como um todo, tenha registrado prejuízo de US$ 146,082 milhões no terceiro trimestre do ano passado, em razão principalmente de investimentos e de impostos diferidos no México e na Colômbia, as receitas da companhia seguem crescendo. No terceiro trimestre, a receita líquida subiu 69,7%, para US$ 603 milhões. Nesse mesmo período, o volume de pagamentos (TPV) no Mercado Pago cresceu 66,2%, para US$ 7,56 bilhões, sinalizando que a companhia está no caminho certo ao expandir seus negócios olhando para os serviços financeiros e a população ainda sem acesso a eles na América Latina.
Não à toa, o Mercado Livre atingiu valor de mercado de US$ 34 bilhões em agosto, ultrapassando o eBay, e tem visto suas ações sendo recomendadas por analistas financeiros, ao lado de gigantes como o Alibaba.