- O Boletim Focus, que reúne as previsões de uma seleção de bancos e instituições para a economia brasileira, indica uma retração de 5,1% para o PIB do país neste ano;
- Mas algumas instituições já preveem um cenário pior.
Pouco mais de dois meses após o registro da primeira morte por COVID-19 no Brasil (17 de março), o país passou dos 1,000 falecimentos pela primeira vez na terça-feira e agora responde por um em cada sete dos novos casos no mundo. Com a escalada do novo coronavirus vem também uma nova leva de previsões pessimistas para a economia do país para este ano.
O Boletim Focus, que reúne as previsões de uma seleção de bancos e instituições para a economia brasileira, indica uma retração de 5,1% para o PIB do país neste ano. Mas algumas instituições já preveem um cenário pior.
É o caso da Goldman Sachs, que alterou sua projeção de queda para o PIB de 4,6% para 7,4%, do Santander, que trabalha com um cenário de queda de 6,4%, e da Barclays, que vê uma retração da ordem de 5,7% na economia brasileira neste ano.
As instituições também estão mais pessimistas em relação a recuperação da economia de maneira geral. A Goldman Sachs acredita que ela só virá a partir de 2023 no Brasil. O Santander é mais otimista, acredita em um crescimento de 4,4% em 2021–o banco acredita que as medidas de relaxamento das medidas de isolamento social virão em junho. Visão estimulada, talvez, pela saída de dois ministros da Saúde em meio à pandemia e a pela insistência do presidente Jair Bolsonaro em pontos controversos, como o uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19, mesmo sem comprovações científicas, e o fim do isolamento.
O presidente defende um “isolamento vertical”, que na prática não existe, mas que estaria centrado em isolar apenas as pessoas dos grupos de risco, ainda que as pesquisas já tenham mostrado que aproximadamente 85% das pessoas que pegam o novo coronavirus não mostram sintomas e passam ele adiante sem perceber.