As primeiras crianças na faixa de 5 a 11 anos a receberem a vacina pediátrica da Pfizer contra Covid-19 no Brasil foram imunizadas no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, na capital paulista, nesta sexta-feira.
Uma criança indígena de 8 anos com comorbidades foi a primeira a receber a vacina.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem feito da vacinação contra a COVID-19 sua principal bandeira política em sua pré-candidatura à Presidência na eleição deste ano, acompanhou a vacinação das primeiras crianças, conversando com as mães e com as próprias crianças, enquanto elas eram vacinadas.
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A primeira criança a receber a imunização no país foi o indígena de 8 anos de idade Davi Seremramiwe, da etnia Xavante, que está em tratamento de uma deficiência motora no Hospital das Clínicas, em São Paulo.
O início da vacinação das crianças acontece quase um ano depois de a primeira pessoa receber uma vacina contra COVID-19 no Brasil: a enfermeira Mônica Calazans, vacinada com a CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac envasada no Brasil pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo paulista.
A imunização de crianças entre 5 e 11 anos no Brasil começa quase um mês depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a vacina pediátrica da Pfizer para esta faixa etária.
Após a aprovação da agência, o Ministério da Saúde decidiu fazer uma consulta pública sobre a vacinação de crianças contra a COVID, o que é incomum pois legalmente cabe à Anvisa atestar a eficácia e segurança dos imunizantes. O ministro Marcelo Queiroga chegou a dizer que não havia urgência em vacinar as crianças.
O presidente Jair Bolsonaro é contra a vacinação de crianças contra a COVID e, sem embasamento científico, coloca em dúvida a segurança da vacina. Ele afirmou que a imunização das crianças não se justifica, embora mais de 300 crianças nesta faixa etária tenham morrido de COVID-19 no Brasil.
O início da vacinação das crianças também ocorre em um momento em que a variante Ômicron do coronavírus, que é muito mais transmissível que outras cepas, provoca uma disparada no número de casos de Covid, o que tem levado especialistas a alertarem sobre a possibilidade de um colapso dos sistemas de saúde no Brasil.