- Crises sanitárias como a provocada pela atual pandemia podem causar enormes danos na estabilidade geopolítica e agravar a desigualdade social no mundo;
- Há ainda outros riscos iminentes. 53% dos entrevistados apontaram riscos de colapso da infraestrutura de Tecnologia da Informação em um prazo de três a cinco anos;
- A competição crescente entre China e Estados Unidos pode prejudicar outras potências regionais, que talvez desejassem manter uma estratégia de equilíbrio entre as relações com os dois países.
A pandemia de COVID-19 confrontou a população mundial com o potencial destrutivo da propagação de doenças infecciosas e, embora a maioria das nações pareça estar aprendendo lições econômicas, políticas e sociais com essa nova realidade, a proliferação de doenças infecciosas é o fator de maior risco para a economia mundial nos próximos dois anos, de acordo com o 16º Relatório de Riscos Globais 2021, do Fórum Econômico Mundial.
Segundo os especialistas consultados, crises sanitárias como a provocada pela atual pandemia podem causar enormes danos na estabilidade geopolítica e agravar a desigualdade social no mundo.
Nesse sentido, a avaliação do Fórum sobre como países da América Central e Latina responderam ao avanço do coronavírus acende um sinal de alerta sobre a capacidade dos governos de equilibrarem as medidas de contenção da pandemia e as demandas da economia e da saúde pública.
“Países da América Central e Latina implementaram alguns dos controles e bloqueios de viagens mais rigorosos do mundo. No entanto, a resistência cultural em alguns países, o alto grau de informalidade no emprego, mecanismos de proteção social limitados e décadas de subfinanciamento do sistema de saúde resultaram em níveis mais baixos de conformidade, sistemas de saúde sobrecarregados e altas taxas de mortalidade”, diz o relatório.
Klaus Schwab, diretor do Fórum Econômico Mundial, afirmou em entrevista recente que os prejuízos causados pela pandemia de COVID-19 se estenderão por gerações.
“A próxima geração sofrerá não apenas de endividamento que vai herdar, como também de insuficiências nos sistemas sociais e educativo”, disse em coletiva de imprensa.
Há ainda outros riscos iminentes. 53% dos entrevistados apontaram riscos de colapso da infraestrutura de Tecnologia da Informação em um prazo de três a cinco anos e 52,7% citaram os eventos climáticos extremos como pontos de preocupação.
O Relatório de Riscos Globais 2021 foi produzido pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a consultoria Marsh McLennan, a seguradora Zurich e as universidades de Oxford, Cingapura e Pensilvânia. Você pode acessar a íntegra do relatório aqui.
Presidente da China defende soluções coletivas para crises globais na abertura de Davos
Começou nessa segunda-feira 25 o “Davos Agenda”, a versão virtual do Fórum Econômico Mundial de Davos. O evento, que terá sessões até sexta-feira 29, contará com a participação de 1.500 autoridades, empresários e acadêmicos e concentrará seus debates em uma agenda pós-COVID-19, com foco em soluções inovadoras para conter a pandemia e conduzir uma recuperação global.
Quem abriu o evento foi o presidente da China, Xi Jinping. Em seu discurso, Xi Jinping afirmou que a humanidade sairá fortalecida da pandemia se atuar unida, eliminando preconceitos ideológicos e promovendo o multilateralismo, “a fim de seguir em conjunto um caminho de coexistência pacífica, benefício mútuo e cooperação”, disse.
O Relatório de Riscos Globais 2021 avalia, no entanto, que a competição crescente entre China e Estados Unidos pode prejudicar outras potências regionais, que talvez desejassem manter uma estratégia de equilíbrio entre as relações com os dois países.
No caso dos países da América Latina, “o aprofundamento dos laços econômicos da China pode rivalizar com alianças históricas baseadas na segurança e conexões culturais com os Estados Unidos. Forçados a escolher lados, governos podem enfrentar consequências econômicas ou diplomáticas”, diz o relatório.