A Tembici, startup de micromobilidade conhecida pelas bikes “laranjinhas” do Itaú, anunciou nesta terça-feira, 25, iniciativa para promover o acesso de bicicletas aos drive-thrus de vacinação, até então dedicados a veículos e motos.
Em parceria com o Itaú e com as prefeituras e órgãos de saúde das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, governo de Pernambuco, além da prefeitura de Vila Velha, a ação, chamada de Vem vacina, vai de bike, deve estimular o uso do modal para deslocamento até os postos de vacinação. Para quem vai de Tembici (usuários do Bike Itaú e app Tembici, em Vila Velha), as viagens para receber a primeira e segunda doses serão gratuitas, através de código inserido no aplicativo.
“Sempre procuramos trazer a bicicleta como ferramenta para projetos que vão além da mobilidade,” diz Tomás Martins, CEO e cofundador da Tembici, em entrevista ao LABS. O executivo conta que a iniciativa surgiu como forma de disponibilizar as bicicletas como um meio de transporte econômico e sustentável para a vacinação contra a COVID-19, contribuindo para o distanciamento social.

“Conversamos com o poder público, com quem sempre tivemos muita parceria e proximidade e desenhamos esse projeto. Antes, os drive-thrus não tinham a premissa de fazer vacinação por bicicleta. Conseguimos quebrar essa barreira em algumas capitais e agora é possível acessar um drive-thru de bicicleta, não importa se com a Tembici ou não”. Segundo Martins, a ideia é que a campanha incentive outras cidades e prefeituras brasileiras a também aderir ao movimento de inserir a bicicleta nos fluxos de acesso aos pontos de vacinação.
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Cicloentregas e pautas ESG
Lançado no final do ano passado, outro projeto que levou a Tembici a conectar a mobilidade urbana com outras esferas foi a parceria com o iFood para as chamadas cicloentregas. Batizado de iFood Pedal, o projeto destina bicicletas elétricas exclusivas aos entregadores, parada de descanso e conteúdo de treinamento online sobre segurança e conscientização viária. Segundo Martins, nos últimos dois meses, o número de cicloentregas com as bicicletas da empresa tem crescido 20% semana sobre semana.
“Durante toda a pandemia temos olhado como podemos utilizar o sistema pra ajudar as pessoas e a cidade como um todo,” resume Martins. Os novos esforços têm surtido efeito: Martins conta que, em função das cicloentregas e de um comportamento do usuário em preferir as bicicletas como alternativa ao transporte público, o patamar de utilização já é maior do que no cenário pré-pandemia.
“Colocar a bicicleta cada vez mais como meio de transporte é um grande foco,” pontua o executivo. “[a ação Vem vacina, vai de bike está] diretamente ligada com a saúde tanto do indivíduo em si, como também a uma perspectiva de coletividade. Nesse sentido, as bicicletas e bicicletas elétricas estão só começando uma transformação nas cidades”.
Segundo Martins, essa tese corrobora com as pautas de ESG (sigla em inglês para governança ambiental e social), algo que, para o executivo, vai definir a sobrevivência das empresas no futuro, à medida que propósitos sociais e ambientais passam de opcionais a mandatórios. “Já temos sentido isso em captações e conversas. Estamos sendo beneficiados por esse momento de mercado mas sempre tivemos isso muito em nosso core business. Agora, se começa a valorizar mais essas questões e elas estão se tranformando em negócios reais”.
As bicicletas compartilhadas da Tembici já fizeram mais de cinquenta milhões de deslocamentos em capitais latino-americanas como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Santiago e Buenos Aires. Foram quinze milhões de viagens só em 2020, ano em que a empresa também atingiu receita recorde de R$ 100 milhões. Para 2021, a expectativa é chegar a vinte e cinco milhões de viagens.