Sociedade

Ex-líder estudantil, Gabriel Boric é eleito presidente do Chile

Boric era o representante da esquerda em uma disputa que tinha o ultradireitista José Antonio Kast como antagonista

Gabriel Boric
Gabriel Boric em comício durante a campanha presidencial. Aos 35 anos, o ex-líder estudantil é o mais jovem presidente do país latino-americano. Foto: REUTERS/Rodrigo Garrido/File Photo
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O povo chileno escolheu seu novo presidente: Gabriel Boric. O ex-líder estudantil de apenas 35 anos leva a melhor na disputa mais polarizada dos últimos tempos no Chile, e derrota o advogado ultradireitista José Antonio Kast.

Por volta das 20h30, com 99,72 das urnas apuradas, Boric tinha 55,86 dos votos, contra 44,14 de Kast. As informações são do Serviço Eleitoral chileno. Assim, o candidato do partido de esquerda Convergência Social será o presidente mais jovem da história do Chile.

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No primeiro turno, o ex-líder estudantil havia ficado em segundo lugar, atrás de Kast por 2,1 pontos percentuais. No segundo turno, o esquerdista conquistou os votos de eleitores que estavam — pela primeira vez em muito tempo — sem um candidato de centro, para virar a disputa.

Em sua conta na rede social Twitter, Gabriel Boric publicou a mensagem: “Somos unidade. Somos esperança. Somos mais quanto estamos juntos. Seguimos!”.

Seu oponente também usou uma mensagem na rede social como forma de parabenizar Boric. Kast publicou: “Acabo de falar com @gabrielboric e o parabenizei por seu grande triunfo. A partir de hoje ele é o presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colaboração construtiva. O Chile vem sempre em primeiro lugar”.

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Os dois candidatos mantém visões e projetos bastante distintos para o futuro do Chile. O ultraconservador Kast apresentava uma defesa do “crescimento econômico” trazido pelo regime do ex-ditador Augusto Pinochet, enquanto Boric levantava a bandeira de mudança social.

O presidente eleito do Chile surgiu como um expoente das manifestações estudantis por melhor qualidade na educação em 2019. A série de levantes populares fizeram com que o país latino-americano convocasse, de forma inédita, um plebiscito para redigir uma nova Constituição.