Sociedade

Secretários de Saúde pedem toque de recolher nacional para conter COVID-19

Entre as medidas estão toque de recolher nacional com início às 20 horas até 06 horas e mais rigor no cumprimento das restrições de funcionamento das atividades não essenciais

Cemitério Parque da Saudade, em São Gabriel da Cachoeira, Amazonas
Foto: Paulo Desana/Dabakuri/Amazônia Real/ Fotos Públicas.
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O Brasil enfrenta o pior momento da crise de saúde provocada pela pandemia de COVID-19, com a média diária de mortes acima de 1.000 há 39 dias, totalizando mais de 255.000 mortes por causa da doença desde o início da pandemia – só em Fevereiro, foram 30.484 mortes. O colapso no sistema de saúde, antes restrito ao estado do Amazonas, agora atinge várias regiões do país, com vários estados atingindo ocupação superior a 90% dos leitos de UTI para atendimento de pacientes com COVID-19 em estado grave.

Em meio a esse cenário, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou uma carta em que pede a adoção de medidas urgentes para evitar o colapso total das redes pública e privada de saúde. A entidade alertou que as medidas só poderão ser executadas por governadores e prefeitos se o Brasil inteiro aderir a um “Pacto Nacional pela Vida”, com o compromisso de todos os poderes, da sociedade civil e de representantes da indústria e do comércio. 

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Entre as medidas, o Conass pede toque de recolher nacional com início às 20 horas até 06 horas; mais rigor no cumprimento das restrições de funcionamento das atividades não essenciais; a proibição de eventos presenciais como shows e atividades esportivas e religiosas; fechamento de bares e praias e instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, entre outras. 

“A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais que se intensificaram no período eleitoral, nos encontros e festividades de fim de ano, do veraneio e do Carnaval”, diz o documento.

Empresários também se unem para evitar caos na Saúde

De acordo com o jornal Valor Econômico, empresários ligados ao movimento Unidos pela Vacina atuaram para aprovar o projeto de lei aprovado pelo Senado na última semana para compra de vacinas, inclusive pelo setor privado. O projeto, que ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados, define que metade da compra de vacinas pela iniciativa privada deve ser doada ao SUS. 

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A meta do grupo liderado pela empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho da Magazine Luiza, era imunizar todos os brasileiros até setembro – mas a meta parece cada vez mais difícil de ser alcançada. 

Empresários que apoiam o presidente Jair Bolsonaro, segundo a reportagem, também estão se mobilizando para comprar vacinas. Carlos Wizard Martins, dono do grupo Sforza (dono das redes Pizza Hut e Frango Assado), e Luciano Hang, dono da rede Havan, estão liderando a ação para compra de vacinas depois de junho, quando está previsto o fim da vacinação dos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização.