- O julgamento final do STF sobre o assunto começou na segunda-feira;
- Fazer greve antes da decisão final faz sentido como forma de pressionar o Tribunal e os dirigentes da estatal.
Os quase 90 mil trabalhadores dos Correios decidiram iniciar uma greve nacional nesta terça-feira, em meio à pandemia da COVID-19. Até as 20h30, 80% dos 36 sindicatos que formam a federação dos trabalhadores da empresa, Fentect, já haviam realizado assembleias, aprovando o começo da paralisação.
Como o LABS mostrou nas últimas semanas, os Correios são a primeira grande estatal a entrar na fase de negociação salarial este ano. Em novembro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli decidiu, preliminarmente, suspender a atual sentença normativa (que ocorre quando o judiciário deve decidir sobre a negociação de acordo coletivo) que rege a relação entre a empresa e seus trabalhadores.
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Os servidores pedem o restabelecimento da atual sentença normativa, que teria validade até 2021, a manutenção das 79 cláusulas trabalhistas do documento, como licença maternidade de 180 dias, pagamento de adicional noturno, horas extras, indenização por morte, auxílio creche, entre outras.
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O julgamento final da Corte sobre o assunto começou na segunda-feira e deve terminar até o dia 21 – neste período de pandemia, o regimento interno diz que os julgamentos, feitos virtualmente, têm de acontecer em 5 dias úteis. Fazer greve antes da decisão final faz sentido como forma de pressionar o Tribunal e os dirigentes da estatal.
De acordo com a Fentect, cerca de 60 mil funcionários podem deixar de trabalhar. Para os trabalhadores que fazem o chamado terceiro turno, a greve começaria a partir das 22h desta segunda. Para os demais, a partir da meia-noite de terça-feira. Os Correios disseram há vários que existe um plano de contingência para garantir a continuidade das actividades.