Sociedade

Uruguai, Chile e Brasil são os países da América Latina com mais possibilidade de ampliar o trabalho remoto

Estudo do Ipea com metodologia da Universidade Chicago analisou mostra que 22,7% das ocupações brasileiras poderiam ser realizadas de casa

pessoa trabalhando de casa
Foto: Shuttestock
  • Para chegar a essa conclusão o Ipea examinou mais de 400 funções diferentes, replicando uma metodologia da Universidade de Chicago, que elaborou um ranking global sobre trabalho remoto com 86 países;
  • Neste ranking, o Brasil ocuparia a 47ª posição, com 25,7% das ocupações passíveis de serem realizadas remotamente.

O trabalho por “home office” poderá alcançar 22,7% das ocupações existentes no Brasil, algo em torno de 20,8 milhões de pessoas, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado no começo de junho. O estudo é assinado pelos pesquisadores Felipe Martins e Geraldo Góes, do Ipea, e José Antônio Sena, do IBGE.

Para chegar a essa conclusão o Ipea examinou mais de 400 funções diferentes, replicando uma metodologia da Universidade de Chicago, que elaborou um ranking global sobre trabalho remoto com 86 países. Neste ranking, o Brasil ocuparia a 47ª posição, com 25,7% das ocupações passíveis de serem realizadas remotamente.

LEIA TAMBÉM: Startup brasileira QuintoAndar adota home-office até dezembroConsiderando apenas os 12 países da América Latina analisados pela Universidade de Chicago (Brasil, Bolívia, Chile, El Salvador, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, República Dominicana e Uruguai), o Brasil ocuparia a terceira posição, depois do Chile (25,74%) e do Uruguai (27,28%), que apresentou a maior taxa de trabalho remoto nessa lista.

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Mas esse potencial de migração para o trabalho remoto não é igual em todas as regiões do país. No Distrito Federal, estado com a maior renda média, o percentual chega a 31,6%. São Paulo e Rio de Janeiro também têm potencial maior que a média nacional assim como os três estados do sul da Região Sul. O restante do país tem percentuais menores que a média de 22,7%.

Embora não tenha relacionado a possibilidade de home office e a distribuição do acesso à banda larga, o estudo mostrou que quando maior renda, maiores as condições de se investir em condições essenciais para se trabalhar remotamente, como equipamentos e acesso à Internet.

No mundo, Luxemburgo, na Europa, é o país com maior potencial de trabalho remoto: 53,4% das ocupações. Já o menor potencial de teletrabalho entre os 86 países pesquisados está em Moçambique, na África, com apenas 5,24%.