Sociedade

Vacina Oxford-AstraZeneca é segura e gera resposta de imunização

Primeiros resultados da vacina que está sendo testada no Brasil foram publicados nesta segunda-feira

Foto: Shutterstock
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Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciaram nesta segunda-feira (20), em uma publicação no periódico científico The Lancet, que, de acordo com resultados preliminares, a vacina da universidade para COVID-19 é segura e induz uma resposta imune.

Os resultados da vacina, chamada de AZD1222 pela fabricante parceira AstraZeneca, e de ChAdOx1 nCoV-19 pelos cientistas, referem-se às duas primeiras fases dos testes de imunização. A terceira fase está ocorrendo no Brasil, entre outros países. O efeito deve ser reforçado após uma segunda dose da vacina, de acordo com os cientistas.

A vacina Oxford-AstraZeneca é a mais avançada entre todas as listadas pela OMS. É a fase 3, a fase final, ainda em andamento, que mostrará se a vacina é eficaz na imunização de um grande número de pessoas.

Em junho, o governo brasileiro assinou um acordo de US$ 127 milhões para começar a produzir a vacina no país, numa parceria com a Fundação Osvaldo Cruz.

O professor Andrew Pollard, pesquisador-chefe do Oxford Vaccine Trial na Universidade de Oxford e co-autor do estudo, disse: “Os dados preliminares da Fase I / II da nossa vacina contra o coronavírus mostram que a vacina não levou a nenhuma reação inesperada e teve uma perfil de segurança semelhante às vacinas anteriores deste tipo. As respostas imunes observadas após a vacinação estão alinhadas com o que esperamos estar associado à proteção contra o vírus SARS-CoV-2, embora devamos continuar com nosso rigoroso programa de ensaios clínicos para confirmar isso. Vimos a resposta imunológica mais forte nos participantes que receberam duas doses da vacina, indicando que essa pode ser uma boa estratégia para a vacinação. ”

Alguns detalhes

Segundo a AstraZeneca, o COV001 é um estudo de Fase I / II controlado, randomizado e multicêntrico, com 1.077 participantes adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos. O estudo é uma comparação entre uma dose única de AZD1222 e uma outra vacina contra o meningococo, chamada MenACWY. No estudo, dez participantes também receberam duas doses de AZD1222 com um mês de intervalo.

Uma dose única de AZD1222 resultou em um aumento de quatro vezes nos anticorpos contra a proteína do vírus SARS-CoV-2 em 95% dos participantes, um mês após a injeção. Em todos os participantes, uma resposta de células T foi induzida, atingindo o pico no dia 14, e mantida dois meses após a injeção.

A outra vacina que também será testada no Brasil

Esta é a segunda vacina promissora sendo testada no Brasil. A partir desta terça-feira, voluntários de seis estados brasileiros receberão doses da vacina do laboratório chinês Sinovac, chamado CoronaVac. No caso dessa outra vacina, o Instituto Butantan, de São Paulo, é a instituição parceira no país.