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Ministério diz que vai comprar vacina da Sinovac; Bolsonaro rejeita ideia

Ministro da Saúde assinou na terça-feira um acordo para a compra de 46 milhões de doses da vacina que também o Instituto Butantan como parceiro de desenvolvimento

Foto: Shutterstock
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, no seu perfil no Twitter, que o país não comprará a vacina COVID-19 da chinesa Sinovac antes que ela se prove eficaz, um dia depois de o ministro da saúde ter dito que ela seria incluída no programa de imunização do país.

O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira que compraria a vacina contra o COVID-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. Segundo o governo de São Paulo, a aquisição seria feita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir 46 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações.

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O acordo foi firmado em reunião virtual do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, com os governadores, realizada na tarde de terça-feira, 20. Nela, o governo federal informou que pagaria R$ 1,9 bilhão pelo acordo. O recurso teria que vir de uma nova Medida Provisória da Presidência (o que significa que teria que ser aprovado pelo Congresso posteriormente). O Ministério da Saúde também anunciou o investimento de R$ 80 milhões para ampliar a estrutura do Butantan a fim de produzir mais doses da vacina.

Nesta quarta-feira, porém, o presidente Jair Bolsonaro disse, no Twitter, que, em sua opinião, “não há justificativa para uma compra bilionária de um medicamento que nem passou pela fase de testes”, e que sua decisão é “não comprar a vacina.”

Acordos preliminares entre governos, laboratórios e institutos têm sido o modus operandi de todos os países nesta pandemia – o Brasil, portanto, não seria exceção no acordo com o Sinovac. Apesar do aparente conflito do presidente com a ideia, o acordo deve ser mantido, segundo alguns interlocutores do governo.