No limite do equilíbrio financeiro. É assim que a média dos brasileiros vive, segundo pesquisa conduzida pela Federação Brasileira de Bancos, a Febraban. O levantamento foi feito para o lançamento do Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), desenvolvido pela instituição para monitorar e analisar o comportamento financeiro dos brasileiros.
O I-SFB tem uma escala de zero a 100 pontos, sendo 100 pontos o mais saudável possível, e sete faixas de classificação, que vão de “Ruim” a “Ótima”. A pesquisa mostrou que a pontuação média dos brasileiros foi de 57 pontos, o que significa uma saúde financeira no limite do equilíbrio e sem margem de manobra – ou seja, qualquer imprevisto ou deslize com o orçamento pode resultar em endividamento ou perda de recursos.
Segundo a pesquisa, o padrão das respostas revelou que o brasileiro luta por uma vida financeira saudável, mas tem dificuldade para fazer uma reserva de emergência – 65,7% dos entrevistados afirmaram que pensam bastante antes de gastar dinheiro, por exemplo; no entanto, 69,4% gastam mais ou tudo o que ganham.
Além disso, a falta de educação financeira pesa: apenas 34,1% dos brasileiros se sentem capazes de identificar um bom investimento e seis em cada dez consideram que a maneira como gerem suas vidas financeiras não permite que aproveitem a vida e sinta segurança no futuro.
Conforme mostra a pesquisa, 48,3% dos brasileiros estão na metade inferior da régua de classificação, nas faixas “Baixa”, “Muito Baixa” e “Ruim”; e 41,6% estão na metade superior, nas faixas “Boa”, “Muito Boa” e “Ótima”. Bem no meio, na faixa “Ok”, ficam 10,1% dos brasileiros.
Por faixa, temos:

Já no recorte por região, a pesquisa mostrou que o Sul é a região com as melhores pontuações nas faixas “Boa”, “Muito Boa” e “Ótima”. A região com maior número de brasileiros nas faixas “Baixa”, “Muito Baixa” e “Ruim” é o Nordeste.
Para a elaboração do índice I-SFB, a Febraban considerou que a saúde financeira possuí cinco dimensões:
- Liberdade Financeira (poder fazer escolhas de consumo);
- Segurança Financeira (capacidade de cumprir as obrigações financeiras);
- Habilidade Financeira (tomar boas decisões relacionadas a dinheiro);
- Comportamento Financeiro (disciplina quanto aos gastos e economias)
- Proficiência Financeira (somatória de Habilidade e Comportamento).
A Febraban considerou ainda a Base Financeira, ou seja, a renda total mensal dos respondentes, incluindo todos os membros da família. A Base Financeira pode exercer maior ou menor influência nas outras dimensões.