O Banco Inter anunciou ao meio-dia desta quinta-feira (7) o lançamento do seu super app, projeto que o LABS detalhou ainda em agosto ao falar também de uma das grandes metas da empresa: ser o sexto maior banco do país em número de clientes.
O super app, que é a aposta da fintech para atrair mais clientes e participar mais intensamente da jornada diária de todos eles, veio acompanhada da divulgação dos resultados do terceiro trimestre. O Banco Inter fechou setembro com R$ 56,8 milhões de lucro líquido acumulado no ano, um crescimento de 19,6% frente ao mesmo período do ano passado.
O mês de setembro também foi importante para acelerar a escalada no número de clientes. Foram 12 mil novas contas por dia útil no mês, fazendo a empresa fechar o terceiro trimestre com 3,7 milhões de clientes. Em teleconferência com analistas, o CEO do Banco Inter, João Vitor Menin, disse que o Banco Inter pode chegar a 8 milhões de clientes em 2020.
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Para ser o sexto maior do Brasil, o Banco Inter precisa ultrapassar o PAN, o Sicredi, o Omni, o BMG e o Banrisul, que possuem 4,32 milhões, 4,37 milhões, 4,56 milhões, também 4,56 milhões e 4,87 milhões de clientes, respectivamente, segundo dados do terceiro trimestre deste ano do Banco Central. Sem contar o Nubank, que passou dos 15 milhões de clientes em outubro, mas ainda não atua como instituição financeira nem oferece todos os serviços de um banco, apesar de ter autorização para fazer isso desde o fim de 2018.
Esses dados do BC, no entanto, consideram não só quem é correntista, como quem tem algum crédito contrato com essas instituições. No caso do Banrisul, os resultados do terceiro trimestre ainda não foram divulgados, mas em maio o banco tinha 2,7 milhões de correntistas.
“O que vocês vão ver aqui, o super app, é apenas o começo do projeto”. Foi assim que o CEO do Banco Inter começou sua apresentação nesta quarta-feira (7), direto da nova sede, um novo prédio em Belo Horizonte para onde a empresa se mudará a partir de dezembro.
A aplicação estreia hoje, parcialmente, com uma variedade grande de produtos e serviços de parceiros, e mais de 60 opções de lojas com cashback. Até o fim do mês de novembro, todos os clientes do Banco Inter estarão usando o app novo. “Na semana da Black Friday nós pagaremos o dobro do cashback”, adiantou Menin.
Entre os parceiros já confirmados estão Americanas, Renner, Marisa, Ali Express, Submarino, Netshoes, Nike, Olympikus, Natura, Jequiti, Carrefour, Consul, Eletrolux, HP, Nextel, Asus, Drogasil e Sem Parar.
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“Hoje estamos lançando nosso super app, mas o que tem por trás disso? Para chegar nessa escalabilidade do super app (ainda em 2018) a gente teve de fazer nossa migração para a nuvem, teve de fazer nosso IPO para trazer mais recursos para investir e chegar a 1 milhão de clientes”, recordou Menin.
Para comandar o marketplace, que é o pano de fundo do super app do Banco Inter, a empresa contratou Rodrigo Gouveia, ex-Global Client Partner do Facebook para a América Latina. Foi ele quem detalhou o novo produto ao lado de Menin.
Em conversa com o LABS ainda em agosto, o executivo disse que a corrida do Banco Inter para ser um super app tem três grandes pontos de atenção:
- O foco contínuo na melhor experiência possível do usuário, com a lógica “one-stop shop” como mantra para o marketplace;
- uma política de recompensas que vá além da tarifa zero típica das fintechs, com soluções como o cash back e outras vantagens não financeiras oferecidas por parceiros estratégicos;
- e uma aposta pesada em business intelligence na construção de um modelo preditivo, que ofereça para o cliente o que ele precisa antes mesmo de ele perceber, com base no seu comportamento de uso do aplicativo.
A ideia é fazer o app crescer aos poucos, não perdendo a preocupação com a experiência do usuário e nem com a transparência. Nos próximos meses, Gouveia adiantou que o app ganhará novos serviços como compra de passagens áreas e parceiros delivery.
Também nesta quarta-feira (7), o Banco Inter divulgou a assinatura de um acordo para a aquisição de 70% da gestora de ativos DLM Invista Gestão de Recursos por R$ 49 milhões. Com R$ 4,5 bilhões sob gestão, a empresa de origem mineira está no mercado há 15 anos e será um reforço importante para o avanço do Banco Inter como gestor de ativos e investimentos.
Mais 40 milhões de brasileiros na mira do Banco Inter
Fundado há 25 anos pela família Menin, da construtora MRV, o Banco Inter tinha o nome de Intermedium antes. A nova marca veio em 2017, após um profundo processo de transformação digital. Um ano depois, com cerca de 500 mil clientes, foi a primeira fintech brasileira a ter ações listadas na Bolsa de Valores do país, a B3.
Ainda no fim de julho, a fintech levantou R$ 1,25 bilhão em um oferta de ações na Bolsa de Valores que foi arrematada, em sua maior parte, pelo SoftBank, por meio da gestora LA BI Holdco LLC, sediada em Miami. O fundo japonês ficou com 8,1% do Banco Inter após ter desembolsado R$ 760 milhões por 19 milhões de units (grupos de ações).