Tecnologia

Canais digitais já concentram 67% de todas as transações bancárias, segundo Febraban

Pela primeira vez, as transações realizadas no mobile banking representaram mais da metade (51%) do total das operações feitas no país

Celular mostra internet banking da Caixa na tela
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O celular já é o canal favorito dos brasileiros para pagar contas, fazer transferências, contratar crédito e outras operações bancárias. Segundo pesquisa de Tecnologia Bancária divulgada nesta quinta-feira, 24, pela Febraban, entidade que representa o setor, pela primeira vez, as transações realizadas no mobile banking representaram mais da metade – 51% – do total das operações feitas no país.

A tendência, que já vinha sendo constatada nos últimos anos, ganhou ritmo extra com a pandemia de COVID-19 e as restrições de mobilidade. Juntos, os canais digitais (internet banking e mobile banking) concentram 67% de todas as transações, ou 68,7 bilhões, e são responsáveis por 8 em cada 10 pagamentos de contas, e por 9 em cada 10 contratações de crédito.

O número de transações feitas pelo celular chegou a 52,9 bilhões em 2020, ante 37 bilhões no ano anterior. Em todos os canais bancários (celular, internet, maquininhas, agências, caixas eletrônicos, correspondentes bancários e contact centers), o total das operações feitas pelos clientes chegou a 103,5 bilhões, um crescimento de 20% – o maior dos últimos anos do estudo, realizado pela Deloitte.

Entre os 21 bancos que participaram do levantamento da entidade, 8 apresentaram abertura de contas pelos canais digitais de 7,6 milhões, uma alta de 90% em relação a 2019.

LEIA TAMBÉM: Amazon vai aceitar pagamentos com PIX no Brasil

“Com a popularização dos serviços financeiros pelos canais digitais, continuamos avançando no terreno importante da inclusão financeira no Brasil, especialmente com o mobile banking, que permite carregar o banco em seu bolso e acessar em qualquer hora ou local, serviços antes restritos a agências bancárias. Praticamente, todas as operações bancárias podem ser feitas de forma eletrônica”, disse Rodrigo Mulinari, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da entidade.

O salto das transações com movimentação financeira feitas pelo celular foi de 64% em 2020, em decorrência do contexto da pandemia e do auxílio emergencial – fatores que também afetaram o total de contas ativas no mobile banking. Segundo o levantamento, esse número mais que dobrou no período, passando de 92,4 milhões para 198,2 milhões com 70 milhões sendo contas abertas para recebimento do auxílio emergencial.

Ainda assim, a pesquisa aponta que, sem se considerar o efeito do auxílio emergencial, o crescimento no total de contas ativas no mobile banking teria sido de 39% em condições normais. A Febraban considera como ativas as contas que apresentaram alguma movimentação nos últimos seis meses.

LEIA TAMBÉM: PIX terá mecanismo para devolução em caso de fraude ou falha

PIX: Duas em cada três transações são realizadas por pessoas de 20 a 39 anos

O sistema de pagamentos instantâneos, o PIX, também foi destaque no levantamento da entidade. O método, que completou seis meses em maio com 87.3 milhões de usuários, ampliou significativamente sua participação na composição de transações bancárias, ganhando espaço sobre pagamentos via transferências tradicionais como DOC e TED. Em maio, o número de usuários cadastrados chegou a 93,6 milhões, com 18% de taxa média de crescimento mensal.

LEIA TAMBÉM: PIX supera transações de DOC, TED e boleto no Brasil

Entre os 21 bancos que participaram da pesquisa da Febraban, as transações pelo PIX somaram 59,2 milhões em novembro, número que foi para 338,2 milhões em março deste ano, um crescimento de 471%. Mas a cifra total, considerando dados do Banco Central, é ainda mais expressiva: só em maio, o sistema de pagamentos instantâneos registrou quase 650 milhões de transações.

A pesquisa mostrou também que o número de usuários cadastrados com mais de 30 recebimentos por PIX no mês aumentou de 6 mil para 519 mil em março. Segundo o levantamento da Febraban, três em cada quatro transações PIX são de pessoa para pessoa (P2P) e duas em cada três transações são realizadas por pessoas de 20 a 39 anos.