Tecnologia

Candidatas no leilão 5G terão que assumir expansão da rede de internet no Brasil

Expansão de 12 mil quilômetros de redes de fibra ótica na região Norte e cobertura de 48 mil quilômetros de estradas com sinal de celular são algumas das exigências do Governo Federal

Foto: REUTERS/Sergio Perez
Read in english
  • Em vez de focar na arrecadação com o leilão, Governo Federal optou por focar em investimentos em telecomunicações, disse uma fonte;
  • O presidente Jair Bolsonaro afirmou que não há ainda decisão sobre as empresas que fornecerão a tecnologia 5G no país e que, a princípio, nenhuma está descartada.

As empresas de telecomunicações candidatas ao leilão de 5G no Brasil terão que garantir investimentos para ampliar o acesso à internet no país, entre elas a expansão de 12 mil quilômetros de redes de fibra ótica na região Norte, instalação de redes 4G em todos os municípios com mais de 600 habitantes e cobertura de 48 mil quilômetros de estradas com sinal de celular.

As exigências estão na portaria que está sendo finalizada pelo Ministério das Comunicações, com diretrizes para o leilão.

“Em vez de focar na arrecadação com o leilão, focamos em investimentos em telecomunicações para melhorar e expandir a rede”, disse uma fonte que acompanha a preparação do texto.

LEIA TAMBÉM: Se Brasil barrar Huawei no 5G enfrentará dificuldades em atrair investimentos da China para outras áreas

A expansão da rede de internet na região amazônica, por exemplo, é uma das metas do governo federal. Dos 13 mil quilômetros de cabos previstos, a União só tem recursos para fazer mil. A previsão é que as empresas assumam o restante, com a instalação dos cabos nos leitos dos rios que cortam a região.

Outra metas de expansão que deverá ser assumida pelas empresas é a cobertura nas estradas federais, com prioridade nas BRs 163, 364, 242, 135, 101 e 116. Hoje, 48 mil quilômetros dessas estradas não têm qualquer cobertura de sinal, de internet ou de voz. A infraestrutura exigida pela portaria será de internet de alta velocidade, preferencialmente de fibra ótica.

LEIA TAMBÉM: Conta salário no PIX é a aposta do Banco Central para 2021

As empresas também serão obrigadas a completar a cobertura de 4G, abrangendo as pouco mais de 500 cidades com mais de 600 habitantes que hoje não são atendidas pela tecnologia.

A portaria prevê ainda a interligação em roaming das redes de todas as empresas. Atualmente, se uma operadora não opera em determinada área, o cliente fica sem cobertura. Com as novas regras, o roaming será obrigatório.

Nenhuma empresa está descartada, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que não há ainda decisão sobre as empresas que fornecerão a tecnologia 5G no país e que, a princípio, nenhuma está descartada.

“Ninguém tá fora, vamos conversar com todo mundo. Precipita-se quem acha que eu tô negociando 5G com quem quer que seja em troca disso ou aquilo, não existe negociação”, afirmou Bolsonaro a jornalistas, ao deixar loja que visitou em Brasília.

“Entre os países existe interesses, respeitamos os interesses deles, temos os nossos. E o Brasil mudou nessa questão, esse relacionamento, nessa política externa”, acrescentou.